sexta-feira, abril 23, 2004
Emprego e Comodismo
É qualquer coisa de surreal o ambiente desesperante do trabalhador português que por sua rica saúde não consegue encontrar emprego.
Culpados serão os estrangeiros, os de leste, do brasil, das antigas colónias africanas, os indianos e até os chineses cujas lojas e restaurantes-cogumelo brotam por todo o lado, empregando outros chineses seus compatriotas. São estes os culpados a tantos olhos. Malditos sejam os que querem trabalhar em qualquer tipo de cargo que lhes faça ganhar o seu para os seus além-terra e além-mar. São eles que trabalham horas, que carregam fardos, que sacrificam por empregos que torcem tantos narizes refinados e desempregados. Não lhes basta um, não senhor, têm-nos dois e alguns três!
Centenas de milhares de gentes de fora, mão de obra não qualificada ou sem equivalências, e outros mais a chegar. Se a esmagadora maioria deles ocupa esses 2 empregos... onde raio está o desemprego que toda a gente fala?!
A verdade é que os empregos estão aí.
Nem todos os portugueses se sujeitariam às condições a que se sujeitam estes outros, mas isso desfaz a oferta de emprego? Reposição em supermercados? EU?! Obras? EU?! Tele-marketing, instalação de linhas telefonónicas, de cabos, limpeza da porra das paragens... estes são empregos que até quem não tem o 9º ano e saiba labiar o entrevistador consegue obter. A relutância de alguns, por acharem o trabalho abaixo das suas qualificações (supostas ou reais), pela carga física que exigem, pela desonra no desempenho da actividade, particularismo na área a explorar, não esconde o facto incrível, que num país com uma taxa de desemprego de 4 e tal %, num país em crise declarada em que toda a gente culpa alguém pela sua desgraça, com o rendimento per capita dos mais baixos da europa e em que as pessoas passam mais dificuldades financeiras... HÁ EMPREGO!! Não aqueles que as pessoas desejam, mas que os há, ninguém pode negar!
É um passatempo muito português (e eu abomino o uso desta introdução) o ficar parado à espera da oportunidade certa sem sequer ponderar negociar os seus sonhos por um meio de subsistência compensatório que o "ate" até melhores dias. Melhores dias virão! Mas não temos que esperar em cima do nosso cuzinho à espera! Empregos há, ou queres ou não queres! Queres queres, não queres não entope, não chama nomes aos estrangeiros e não insulta o governo!
Exploração? Também há... ninguém lhe pode fugir... mas qual é a maior exploração? A exploração do nosso trabalho ou a exploração da nossa preguiça?
Culpados serão os estrangeiros, os de leste, do brasil, das antigas colónias africanas, os indianos e até os chineses cujas lojas e restaurantes-cogumelo brotam por todo o lado, empregando outros chineses seus compatriotas. São estes os culpados a tantos olhos. Malditos sejam os que querem trabalhar em qualquer tipo de cargo que lhes faça ganhar o seu para os seus além-terra e além-mar. São eles que trabalham horas, que carregam fardos, que sacrificam por empregos que torcem tantos narizes refinados e desempregados. Não lhes basta um, não senhor, têm-nos dois e alguns três!
Centenas de milhares de gentes de fora, mão de obra não qualificada ou sem equivalências, e outros mais a chegar. Se a esmagadora maioria deles ocupa esses 2 empregos... onde raio está o desemprego que toda a gente fala?!
A verdade é que os empregos estão aí.
Nem todos os portugueses se sujeitariam às condições a que se sujeitam estes outros, mas isso desfaz a oferta de emprego? Reposição em supermercados? EU?! Obras? EU?! Tele-marketing, instalação de linhas telefonónicas, de cabos, limpeza da porra das paragens... estes são empregos que até quem não tem o 9º ano e saiba labiar o entrevistador consegue obter. A relutância de alguns, por acharem o trabalho abaixo das suas qualificações (supostas ou reais), pela carga física que exigem, pela desonra no desempenho da actividade, particularismo na área a explorar, não esconde o facto incrível, que num país com uma taxa de desemprego de 4 e tal %, num país em crise declarada em que toda a gente culpa alguém pela sua desgraça, com o rendimento per capita dos mais baixos da europa e em que as pessoas passam mais dificuldades financeiras... HÁ EMPREGO!! Não aqueles que as pessoas desejam, mas que os há, ninguém pode negar!
É um passatempo muito português (e eu abomino o uso desta introdução) o ficar parado à espera da oportunidade certa sem sequer ponderar negociar os seus sonhos por um meio de subsistência compensatório que o "ate" até melhores dias. Melhores dias virão! Mas não temos que esperar em cima do nosso cuzinho à espera! Empregos há, ou queres ou não queres! Queres queres, não queres não entope, não chama nomes aos estrangeiros e não insulta o governo!
Exploração? Também há... ninguém lhe pode fugir... mas qual é a maior exploração? A exploração do nosso trabalho ou a exploração da nossa preguiça?
Comments:
Enviar um comentário