<$BlogRSDUrl$>

quarta-feira, novembro 30, 2005

When the Sun Goes Down 

Querem matar os idosos de Portugal.
Não, não falo dos cortes das reformas de uns e a miséria de reformas de outros, nem mesmo do desinteresse dos filhos na altura de lançar os velhos aliados para um lar onde são maltratados.
Falo dos centros comunitários para idosos.
No centro comunitário aqui da terreola há festa todo o sábado à tarde, e tanto é o alvoroço e afluência de gente que me fica a parecer que toda a vida flui para o fim de semana onde toda a notícia é partilhada na interacção com contemporâneos. Este largar da vida durante 6 dias à espera de um 7º é em si motivo de preocupação pois dá a entender que a vida só tem um dia por semana e depois deste, há que esperar silenciosa e pesarosamente por outro assim...
Mas mesmo na festa o que ouço é o degredo (o mau degredo).
A música pimba ainda se entende, chocar os velhotes é facilimo, e cada vez que o Saul diz o que é que o bacalhau quer, vêm sorrisos aos seus lábios e acelera o coração. Mas quando surgem as músicas indutoras de nostalgia, velhos êxitos e slows com um backround de uma disco ball a iluminar quadradinhos dinâmicos na parede... fico com a distinta impressão que a nostalgia anda à solta, reclamando vidas.
As recordações de uma vida mais cheia são perigosas. Prendem-nos ao passado. Fazem-nos crer que tudo o que há são recordações do passado e desbobinam-no constantemente aos colegas de forró que retribuem as mesmas histórias e todo o futuro escurece. Dele só se sabe que para a semana há mais um baile, com música para chorar, histórias repetidas, queixas, visitas ao médico, velha gente a falecer, a degradação do traço do passado, a perda da vida mais próxima.


Old Master

Não lhes façam concentrar no que já não há para viver, estão a negar-lhes a esperança que faz com que o resto do mundo queira a vida. O que há é medo da morte e do desconhecido, sem que exista outra justificação, um porquê e para quê viver. Apenas viver, porque não há-de ser pior que a morte.
A reforma aos 65 choca TODA A GENTE, mas porquê deixar de trabalhar de todo? Não falo em empregos das 9 às 17h nem empregos durante a semana, mas ocupações produtivas do tempo dos idosos, novas memórias, um plano para a próxima semana que não termine num baile dominado pela perigosissima nostalgia. Uma vida. A vida. Até morrer.

sexta-feira, novembro 25, 2005

Preocupante? Nem por isso... 

Perderam-se com tempo as intenções originais de cada expressão, tornadas ambíguas, superfluas e redundantes. Sim, já não é a primeira vez que falo nisto.
Foco o conceito de tempo.
As "maneiras de dizer" estão a matar a sinceridade das palavras. E ao primeiro toque do navio saltou tudo borda fora, cada um no seu botezinho, jurando mil nomes diferentes para o mesmo barco.
A incompreensibilidade do conceito tempo não é desculpa para a barbárie.
Quando em dúvida, é de utilizar qualquer outra expressão. É só pensar, são 6 biliões de pessoas que não fecham a matraca!
Promessas eternas são para mim desculpa para castigo. Não me adivinho daqui a 10 minutos, vou-me prometer para o resto da minha vida? Há promessas de 5 anos que são mais duradouras que uma eternidade que dure uma semana. Digam antes que vão tentar.. melhor ainda, tentem LOGO! E ouço responder: "pois... LOGO se vê". Mas e se morres? As pessoas morrem a toda a altura! Não é desejar mal a ninguém em particular, estas coisas acontecem. "Oh pah, não penses nisso, a gente depois conversa!" .... pois tá bem...
Pensar doi e os "ses" custam a engolir que se farta. Razão até pela qual há tanto alcoólico por aí a bater nas mulheres. Diz que é do alcoól... diz que são santas... mas disperso-me.
Ninguém sabe o que vai acontecer de um momento para o outro. Certas certas são as intenções, e essas também se esfumam, por isso o melhor é não esperar pelo tempo, porque esse gajo balda-se à brava e já traiu várias pessoas.



Time, Death, and Judgement por George Frederic Watts

Curioso que num mundo humano em que o limiar de atenção é cada vez mais curto, as ambições se extendam até tão tarde.

Melhor consumido ao som de Cut Here dos The Cure

domingo, novembro 13, 2005

Velhos Tarados e as Mulheres que os Aturam 

A cobiça dos homens dentro do casamento é experienciada de forma ainda mais desesperada que em homens solteiros ou em relações de curta duração. Entenda-se aqui o casamento numa fase da vida mais adiantada, pela altura em que o homem começa a perder o poder de que se congratulava sobre a erecção e a mulher, a sua batalha contra a gravidade.
Mais desesperada pela culpa que sente ao desejar uma outra companheira, quando continua a ter sentimentos extremamente poderosos e possessivos sobre a sua mulher. Entende que se trata de uma traição, mas não consegue controlar os seus impulsos e então sofre com a responsabilização. Os olhares rápidos e fugidios da esposa, algum gesto mais abrupto, tudo é interpretado sob o principio que aquela mulher que tão bem o conhece, sabe exactamente o que lhe vai pela cabeça e não gosta nem um pouco. Sente-a pronta a desfazer-lhe a vida se sentir o minimo desinvestimento naquela relação que pura e simplesmente... envelheceu. Vê que ela já não lhe lança os sorrisos, não o beija com a mesma frequência, não faz, não diz, não considera coisas que considerava anteriormente e na maioria dos casos sem reconhecimento. Tudo isso faz falta agora. Porque procura motivos. Procura uma culpa. Não em si... NELA! Ela que detém o poder de destruição, me ameaça e eu tenho o direito a defender-me e a considerar alternativas caso isto dê para o torto.
Ninguém de saúde pensa nisto longamente, acredito, são correntes de ar!
O homem tem uma relação extremamente íntima com a sua erecção. Tira dela o seu poder enquanto homem viril e capaz de satisfazer aquela louca suficiente. Comunica mais descansado sabendo que se lhe cairem as calças, não ficará embaraçado - dito de maneira mais gráfica. E quando chega a altura da natureza lhe vedar ou condicionar o direito à reprodução, negando-lhe a mítica (ou não) erecção, a raiva que sente para dentro de si, torna-se também para a sua companheira, atribuindo-lhe às vezes cota parte na desgraça, porque ela não se arranja como antes, já não tem o corpo que tinha, já não é a virgem no pedestal, teimou em envelhecer! Outras vezes até, culpa absoluta! Negando a biologia e o tempo de todas as coisas. Não sou homem porque não tenho mulher, preciso portanto de uma mulher para retornar homem. Surge de novo a luxúria e a fantasia que abandonara pouco depois de conhecer a sua primeira mulher nua. Antes disso tudo é perfeito e tesão! Nessa altura havia juventude.
Podem parecer tranquilos e as hormonas podem ter espaçado as visitas, mas a necessidade de afirmação é imortal e a vontade de se reconhecer ao espelho não conhece ética nem moral.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Facto engraçado 

Abel Xavier chocou o país ao ser apanhado num controlo anti-doping..
Isto é falta de estímulos.
Nunca ninguém lhe tinha reparado particularidades estranhas ligadas ao consumo massivo de estupefacientes variados? Nunca ninguém soube que este rapaz já esteve a jogar na Turquia, ponto chave no tráfico de... substâncias passivas de serem proibidas aquando da prática desportiva?

Ponto fraco de um barba rija... 

Não te consigo fazer as coisas que são melhores para ti.
Lamento, não lamento, lamento porquê?
Reajo como se te encontrasse nova e renovada e no entanto sei onde te encontrar, no sítio do costume, debruçada sobre algum novo mundo a que eu já fui apresentado e sou-o de novo pelos teus olhos, mãos e sorriso. Nunca o vi desta maneira. Derreto-me por ti. Pego-te, abraço-te e beijo-te, tu ficas parada, sem jeito, ocasionalmente sorris, e eu... derroto-me. Aquele teu sorriso especial quando semi-cerras os olhos e me mostras os precisos esmaltes. Esperei e sofri por eles a uma distância, com medo de me embrulhar na tua dor. Não por falta de amor, mas por excesso.
Falo contigo e explico-te as coisas que te assustam, decomponho-as por ti. Desiludo-me quando te assustas novamente e preferes correr para o meu colo a teres que te lembrar dos porquês, mas desiludo-me como se tens a cabeça encostada ao meu ombro? Se for preciso, um minuto depois chamo-te a mim e viras-me costas sem remorso.
Sofro por ti e não sofro, porque tu és mesmo assim. Porque chamas por mim quando não estou, perguntas por mim repetidamente e gritas o meu nome quando me pensas a chegar, desiludindo-te e esquecendo-me num segundo. Há afinal um mundo a explorar...

sexta-feira, novembro 04, 2005

Os Franceses estão Loucos 

Gostava de ver sondagens francesas hoje que mostrassem a intenção de voto numas campanhas presidenciais com o actual presidente Chirac e o candidato de extrema direita que ultrajou toda a sociedade francesa com o apoio inesperado (ou não) que recebeu na primeira volta.
As gentes francesas estão ultrajadas com os motins, é certo, mas estranhamente plácidas pelo que me é dado a entender.
O porquê é simples.
Os actos de violência por parte das minorias são notícia quando há um acidente mais grave, que depois fica em debate duas semanas antes de passar a memória póstuma. Toda a gente na altura fica muito furiosa e pro-activa, jogando frases feitas, ditas reaccionárias contra as minorias africanas e contra a delinquência responsável por esse tal acto singular de terror. Tirem-nos daqui para fora e coisas do género numa terra que pregava igualdade, fraternidade e antiquices do género há bem pouco tempo. Mas agora temos uma cadeia de acontecimentos ligeiramente diferente!
É que não se trata de um acidente isolado, mas uma série de acontecimentos sucessivos e sem hora para acabar à vista, visto que não visa uma resolução de coisa alguma, não há maneira de devolver vida aos rapazes electrocutados por terem andado a colher rosas no canteiro de alguém (certamente o que aconteceu, coitadinhos dos gangsters) e portanto posso apenas depreender que tudo isto se trata de fazer o que apetece com o apoio de uma comunidade que dificilmente tem a razão em pensamento. Pura e simplesmente podem fazer o que lhes apetece e tudo o que precisam de fazer para evitar uma merecida punição é andarem em grupo, porque os polícias só prendem os mais incautos.
Pois é...
Lembra os cães que ladram quando nós passamos e fogem se nos aproximamos, esta sociedade civil francesa (limitando as coisas ao caso). Enquanto as coisas tiverem a acontecer, fica tudo caladinho porque o vizinho do prédio ao lado é negro e ainda se passa e me queima o automóvel. A raiva está toda lá. Mas é esperar a marcha passar para começar a empinar peitos e levantar narizes, exigindo politicas de migração mais rígidas e exportação dos criminosos para o trampolim, de onde voltam, dizem as más linguas. Aí, quando tudo estiver apagado, surge o francês com o baldezinho de água Evian, perguntando quantos são e cantando a marselhesa com muito orgulho e tal e toca de dar calduço no português, que, esse sim, dá para chutar e rir um bocadinho.
Tiro na cara.
Surpresa? Nem por isso...
Os motins de Paris estão-se a espalhar para outras comunidades. Porquê? Milhares de hooligans todas as noites a saquear, queimar, agredir, desafiar a autoridade, disparar contra a autoridade e estão 140 detidos... então não compensa arriscar? Crime sem punição. Até me parece bem.
Entretanto estão os politicos "de bem" a discutir o que fazer, se lhes batem se lhes dão razão.
Disparas sobre a polícia? Tiro na cara. Ficaste aborrecido e vens para pegar fogo ao carro do vizinho? Tiro na perna.
Pah... e a alguma altura terão de perceber que há outra maneira de mostrar descontentamento que não prejudique membros da sua comunidade. É que nem estão a atacar as políticas governamentais que protegeriam violência policial contra vendedores de flores roubadas... estão a atacar nos seus bairros ou muito lá por perto.
Não se disfarça o cheiro pútrido de revolta com perfume...
Mais que a favor de qualquer governo, a favor do povo cumpridor de leis.

quinta-feira, novembro 03, 2005

Uish... e agora? 

Pah... por acaso...
Já não é tão clara a sequência prioritária do homem.
Tempos houve que pensei que ia: esforço para o prestigio social para o dinheiro para as mulheres para o sexo. Mas interrogo-me se não se tornou: esforço para o dinheiro para as mulheres para o sexo para o prestigio social...
E por favor... que não se torne daquelas perguntas que incitam respostas do género "depende" ou "isso não é bem assim"! Deixemo-nos lá de romantismos que o Shakespear já baicou e não deixou sucessor.
"E se fosses mas é trabalhar?" já é resposta que aceite... eu devia era ir trabalhar.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

eXTReMe Tracker