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sexta-feira, novembro 04, 2005

Os Franceses estão Loucos 

Gostava de ver sondagens francesas hoje que mostrassem a intenção de voto numas campanhas presidenciais com o actual presidente Chirac e o candidato de extrema direita que ultrajou toda a sociedade francesa com o apoio inesperado (ou não) que recebeu na primeira volta.
As gentes francesas estão ultrajadas com os motins, é certo, mas estranhamente plácidas pelo que me é dado a entender.
O porquê é simples.
Os actos de violência por parte das minorias são notícia quando há um acidente mais grave, que depois fica em debate duas semanas antes de passar a memória póstuma. Toda a gente na altura fica muito furiosa e pro-activa, jogando frases feitas, ditas reaccionárias contra as minorias africanas e contra a delinquência responsável por esse tal acto singular de terror. Tirem-nos daqui para fora e coisas do género numa terra que pregava igualdade, fraternidade e antiquices do género há bem pouco tempo. Mas agora temos uma cadeia de acontecimentos ligeiramente diferente!
É que não se trata de um acidente isolado, mas uma série de acontecimentos sucessivos e sem hora para acabar à vista, visto que não visa uma resolução de coisa alguma, não há maneira de devolver vida aos rapazes electrocutados por terem andado a colher rosas no canteiro de alguém (certamente o que aconteceu, coitadinhos dos gangsters) e portanto posso apenas depreender que tudo isto se trata de fazer o que apetece com o apoio de uma comunidade que dificilmente tem a razão em pensamento. Pura e simplesmente podem fazer o que lhes apetece e tudo o que precisam de fazer para evitar uma merecida punição é andarem em grupo, porque os polícias só prendem os mais incautos.
Pois é...
Lembra os cães que ladram quando nós passamos e fogem se nos aproximamos, esta sociedade civil francesa (limitando as coisas ao caso). Enquanto as coisas tiverem a acontecer, fica tudo caladinho porque o vizinho do prédio ao lado é negro e ainda se passa e me queima o automóvel. A raiva está toda lá. Mas é esperar a marcha passar para começar a empinar peitos e levantar narizes, exigindo politicas de migração mais rígidas e exportação dos criminosos para o trampolim, de onde voltam, dizem as más linguas. Aí, quando tudo estiver apagado, surge o francês com o baldezinho de água Evian, perguntando quantos são e cantando a marselhesa com muito orgulho e tal e toca de dar calduço no português, que, esse sim, dá para chutar e rir um bocadinho.
Tiro na cara.
Surpresa? Nem por isso...
Os motins de Paris estão-se a espalhar para outras comunidades. Porquê? Milhares de hooligans todas as noites a saquear, queimar, agredir, desafiar a autoridade, disparar contra a autoridade e estão 140 detidos... então não compensa arriscar? Crime sem punição. Até me parece bem.
Entretanto estão os politicos "de bem" a discutir o que fazer, se lhes batem se lhes dão razão.
Disparas sobre a polícia? Tiro na cara. Ficaste aborrecido e vens para pegar fogo ao carro do vizinho? Tiro na perna.
Pah... e a alguma altura terão de perceber que há outra maneira de mostrar descontentamento que não prejudique membros da sua comunidade. É que nem estão a atacar as políticas governamentais que protegeriam violência policial contra vendedores de flores roubadas... estão a atacar nos seus bairros ou muito lá por perto.
Não se disfarça o cheiro pútrido de revolta com perfume...
Mais que a favor de qualquer governo, a favor do povo cumpridor de leis.

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