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domingo, novembro 13, 2005

Velhos Tarados e as Mulheres que os Aturam 

A cobiça dos homens dentro do casamento é experienciada de forma ainda mais desesperada que em homens solteiros ou em relações de curta duração. Entenda-se aqui o casamento numa fase da vida mais adiantada, pela altura em que o homem começa a perder o poder de que se congratulava sobre a erecção e a mulher, a sua batalha contra a gravidade.
Mais desesperada pela culpa que sente ao desejar uma outra companheira, quando continua a ter sentimentos extremamente poderosos e possessivos sobre a sua mulher. Entende que se trata de uma traição, mas não consegue controlar os seus impulsos e então sofre com a responsabilização. Os olhares rápidos e fugidios da esposa, algum gesto mais abrupto, tudo é interpretado sob o principio que aquela mulher que tão bem o conhece, sabe exactamente o que lhe vai pela cabeça e não gosta nem um pouco. Sente-a pronta a desfazer-lhe a vida se sentir o minimo desinvestimento naquela relação que pura e simplesmente... envelheceu. Vê que ela já não lhe lança os sorrisos, não o beija com a mesma frequência, não faz, não diz, não considera coisas que considerava anteriormente e na maioria dos casos sem reconhecimento. Tudo isso faz falta agora. Porque procura motivos. Procura uma culpa. Não em si... NELA! Ela que detém o poder de destruição, me ameaça e eu tenho o direito a defender-me e a considerar alternativas caso isto dê para o torto.
Ninguém de saúde pensa nisto longamente, acredito, são correntes de ar!
O homem tem uma relação extremamente íntima com a sua erecção. Tira dela o seu poder enquanto homem viril e capaz de satisfazer aquela louca suficiente. Comunica mais descansado sabendo que se lhe cairem as calças, não ficará embaraçado - dito de maneira mais gráfica. E quando chega a altura da natureza lhe vedar ou condicionar o direito à reprodução, negando-lhe a mítica (ou não) erecção, a raiva que sente para dentro de si, torna-se também para a sua companheira, atribuindo-lhe às vezes cota parte na desgraça, porque ela não se arranja como antes, já não tem o corpo que tinha, já não é a virgem no pedestal, teimou em envelhecer! Outras vezes até, culpa absoluta! Negando a biologia e o tempo de todas as coisas. Não sou homem porque não tenho mulher, preciso portanto de uma mulher para retornar homem. Surge de novo a luxúria e a fantasia que abandonara pouco depois de conhecer a sua primeira mulher nua. Antes disso tudo é perfeito e tesão! Nessa altura havia juventude.
Podem parecer tranquilos e as hormonas podem ter espaçado as visitas, mas a necessidade de afirmação é imortal e a vontade de se reconhecer ao espelho não conhece ética nem moral.

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