quarta-feira, abril 07, 2004
Teoria da Amizade Pura - Parte 2
Tudo considerado...
A maior das cumplicidades não se atinge sem a maior das partilhas.
Confissões àparte, existe uma barreira raramente ultrapassada da vergonha, que é a vergonha da forma, da forma um do outro. O tabu da sexualidade, o do corpo... esse, por muitas palavras, só pode ser ultrapassado com gestos claros de partilha.
O corpo é o refúgio, é a prova de identidade última e é o bem físico mais prezado do ser humano.
O segredo mais bem guardado, apesar de todas as indicações para os seus moldes minuciosos, através de relatos, de decotes e peles à luz do dia.
Não é estranho verificar que na praia vemos as mulheres de bikinis, com toda a disponibilidade de serem vistas e no entanto, quando toca a roupa interior, a pudicidade impeça o vislumbre?
Isto só demonstra a confusão que vai dentro de toda a gente.
A nudez não é indicador de disponibilidade sexual, é prova de à vontade. À vontade, todas as mulheres se encontram na praia para se mostrar. Confinadas a 4 paredes, poucas são as que se sentem à vontade, mesmo à frente dos pais.
O apelo do sexo, o cuidado do sexo, o resguardo faz-nos todos um pouco paranoicos em relação ao que transparecemos.
A partilha da forma, por outras palavras, ficar nu ou nua à frente de uma outra pessoa nossa amiga, não é uma declaração de receptividade sexual, mas emocional. "À tua frente sinto-me bem, de ti nada tenho a esconder".
Tantas são as coisas que partilhamos com essas pessoas especiais, as DEVERAS especiais, que quaiquer limites, sejam um passo atrás e uma nota de desconfiança.
Prova disso é o nosso á vontade perante membros do mesmo sexo, aí não há vergonhas. E no entanto, a homossexualidade é um esqueleto no armário para tanta gente. Aqui, somos capazes de excluir a sexualidade do nosso sexo, assim como o fomos enquanto crianças. As crianças andam nuas pela praia porque não têm sexo... e no entanto, a pedofilia é o pior dos crimes sexuais.
A nudez entre amigos é uma partilha, é uma prova subtil de intimicidade, que nem sequer devia ser apreciada como invulgar, mas expontânea, natural... como tudo se quer entre pessoas amigas.
A dificuldade surge precisamente no discernimento dos sinais que podem ser interpretados nessa partilha. Mas não será ainda mais puro este momento, se fôr vivido com a consciencia de ambas as partes que o libido não tem ali lugar, assim como não tem lugar em balneários do mesmo sexo, como não tem lugar nas crianças que brincam nuas na praia?
A que ponto nos tornámos tão complicados?
A vergonha da nudez é um conceito cristão. A obrigatoriedade de roupa cingia-se ao frio ou ao fresco.
Nem todos somos sequer religiosos... temos manias de vergonha.
Já houveram até aquelas que me disseram que não tinham problemas com andar nuas à frente de pessoas próximas, mas não o fariam por respeito a namorados e família... isto não é respeito, é vergonha induzida.
O conceito de nudez frente a gente que nos é muito próxima, com quem desejamos uma amizade excepcional, é aceite por toda a gente a quem o sugeri. No entanto, a passagem à prática não é encarada como lógica... um caso triste de algo que faz sentido, mas que pouca gente quer adoptar.
A maior das cumplicidades não se atinge sem a maior das partilhas.
Confissões àparte, existe uma barreira raramente ultrapassada da vergonha, que é a vergonha da forma, da forma um do outro. O tabu da sexualidade, o do corpo... esse, por muitas palavras, só pode ser ultrapassado com gestos claros de partilha.
O corpo é o refúgio, é a prova de identidade última e é o bem físico mais prezado do ser humano.
O segredo mais bem guardado, apesar de todas as indicações para os seus moldes minuciosos, através de relatos, de decotes e peles à luz do dia.
Não é estranho verificar que na praia vemos as mulheres de bikinis, com toda a disponibilidade de serem vistas e no entanto, quando toca a roupa interior, a pudicidade impeça o vislumbre?
Isto só demonstra a confusão que vai dentro de toda a gente.
A nudez não é indicador de disponibilidade sexual, é prova de à vontade. À vontade, todas as mulheres se encontram na praia para se mostrar. Confinadas a 4 paredes, poucas são as que se sentem à vontade, mesmo à frente dos pais.
O apelo do sexo, o cuidado do sexo, o resguardo faz-nos todos um pouco paranoicos em relação ao que transparecemos.
A partilha da forma, por outras palavras, ficar nu ou nua à frente de uma outra pessoa nossa amiga, não é uma declaração de receptividade sexual, mas emocional. "À tua frente sinto-me bem, de ti nada tenho a esconder".
Tantas são as coisas que partilhamos com essas pessoas especiais, as DEVERAS especiais, que quaiquer limites, sejam um passo atrás e uma nota de desconfiança.
Prova disso é o nosso á vontade perante membros do mesmo sexo, aí não há vergonhas. E no entanto, a homossexualidade é um esqueleto no armário para tanta gente. Aqui, somos capazes de excluir a sexualidade do nosso sexo, assim como o fomos enquanto crianças. As crianças andam nuas pela praia porque não têm sexo... e no entanto, a pedofilia é o pior dos crimes sexuais.
A nudez entre amigos é uma partilha, é uma prova subtil de intimicidade, que nem sequer devia ser apreciada como invulgar, mas expontânea, natural... como tudo se quer entre pessoas amigas.
A dificuldade surge precisamente no discernimento dos sinais que podem ser interpretados nessa partilha. Mas não será ainda mais puro este momento, se fôr vivido com a consciencia de ambas as partes que o libido não tem ali lugar, assim como não tem lugar em balneários do mesmo sexo, como não tem lugar nas crianças que brincam nuas na praia?
A que ponto nos tornámos tão complicados?
A vergonha da nudez é um conceito cristão. A obrigatoriedade de roupa cingia-se ao frio ou ao fresco.
Nem todos somos sequer religiosos... temos manias de vergonha.
Já houveram até aquelas que me disseram que não tinham problemas com andar nuas à frente de pessoas próximas, mas não o fariam por respeito a namorados e família... isto não é respeito, é vergonha induzida.
O conceito de nudez frente a gente que nos é muito próxima, com quem desejamos uma amizade excepcional, é aceite por toda a gente a quem o sugeri. No entanto, a passagem à prática não é encarada como lógica... um caso triste de algo que faz sentido, mas que pouca gente quer adoptar.
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