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quarta-feira, junho 09, 2004

Noções pré-feitas 

A verdade que consideramos provém de experiências próprias e de outros. Partimos do princípio que aquilo que nos ensinam e aquilo que observamos é a realidade sem dúvida e a base do mundo.
Desses factos retiramos pré-conceitos, que são maneiras facilitadas de encarar situações e lhes dar uma solução que à priori será a melhor. Podemos dizer que esses pré-conceitos moldam a personalidade de um indivíduo, tornam-no a pessoa que é, por influenciarem de maneira tão premente o modo de agir.
Os pré-conceitos, apesar de olhados como verdades, podem de facto ser enganadores, na medida que é possível que nem aquilo que pensamos que aconteceu, aconteceu realmente e quanto àquilo que outros nos dizem ser ou ter acontecido... pior ainda.
Pré-conceito que o vidro corta e dói. Pré-conceito que o cigarro é bom e acalma. E pré-conceito que os estrangeiros são bestas e roubam... ah pois!
Racismos e nacionalismos são pré-conceitos, que como todos, pegam num caso e generalizam para uma melhor digestão dos acontecimentos futuros, de maneira a evitar situações desconfortáveis. O Manel Preto ficou com o meu emprego? Todos os Manéis Pretos roubam empregos. O Manelito Preto disse asneiras, ameaçou, roubou, espancou, ajudou... ajudou?? Errr... anomalia.
Creio que quando chamados à razão, nenhum destes homens poderá dizer que TODOS os estrangeiros em Portugal são tudo aquilo que detestam, há excepções, concordam.
Mas que posição levamos todos à partida para o contacto com uma minoria de que estamos desconfiados? Esperança?
Muitas vezes nem uma oportunidade é dada aos estrangeiros. A isto se chama alienação, separatismo, combustível para a insatisfação, para a perda de respeito mútua. Eles não gostam de nós, nós também não gostamos deles!
Os pré-conceitos em vez de se fiarem em realidades simples e puras, passam a basear-se noutros pré-conceitos falhados e quando o gesto puro de desilusão ocorre... é uma anomalia. Não a verdade afinal de contas... sim uma excepção.
Temos medo.
Animais com medo não pensam.
Como podemos nós então confiar em pré-conceitos assentes num medo que não é certo?
Mais vale prevenir... e perpetuar. É fácil culpar e fugir à culpa. A CULPA É DE TODOS!... das circunstâncias.
Se não puder ser vencida a desconfiança, que se abram anomalias e... se arrisque confiar! Se arrisque ousar pensar bem e não ostracizar. Arriscar a paz e o silêncio que é essa guerra.
Não digamos que não somos racistas! Digamos que como toda a gente partimos para uma interacção com medo mas que estamos dispostos a chamar-lhe uma falha NOSSA e não dos estrangeiros africanos, asiaticos ou o raio dos espanhóis. Eles são, tal como todos.
É tão mais fácil atacar as minorias, que admitir a nossa ignorância e imperfeição.
Sãomos burros, TODOS!

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