segunda-feira, junho 28, 2004
Programa e Vida Real
Proporcional o afastamento das pessoas umas das outras e a crescente curiosidade acerca das múltiplas vidas que se vivem.
Por um lado não queremos saber, por outro procuramos descobrir.
A imposição de viver em sociedade, a de conhecer os restantes membros leva a que nunca se proceda a um afastamento completo, tratando apenas de tornar menos evidente e mais furtivo esse interesse pelo próximo.
As telenovelas, os filmes, as séries, etc, satisfazem parte da necessidade que temos de nos dar com os outros. Enquanto acompanhamos os programas, fazemos parte daquele quadro, estamos lá com os personagens, vivemos o seu drama, indignamo-nos, ponderamos opções. É um meio fictício de confraternização que desvaloriza o contacto real. O tempo que se gasta a viver esses papéis, bem se podia gastar a abordar uma pessoa na rua e iniciar uma conversa. A vida real, ao que parece, é uma experiência demasiado vívida para interessar o cidadão comum, especialmente considerando a alternativa pouco comprometedora de adoptar o papel de voyeur da vida de quem podia ser nosso vizinho. Sem telefonemas inoportunos, sem dramas que não se desliguem com a televisão, sempre a altura certa, sempre a medida certa.
O encerramento em cada um de nós não apaga a herança social, a necessidade de relação. Pelo que os actores se tornam pessoas reais e os vizinhos, figuras irreais.
Em vez de uma série de aventura, abrir a porta e viver uma.
Sem controlo. Real. Necessária.
Por um lado não queremos saber, por outro procuramos descobrir.
A imposição de viver em sociedade, a de conhecer os restantes membros leva a que nunca se proceda a um afastamento completo, tratando apenas de tornar menos evidente e mais furtivo esse interesse pelo próximo.
As telenovelas, os filmes, as séries, etc, satisfazem parte da necessidade que temos de nos dar com os outros. Enquanto acompanhamos os programas, fazemos parte daquele quadro, estamos lá com os personagens, vivemos o seu drama, indignamo-nos, ponderamos opções. É um meio fictício de confraternização que desvaloriza o contacto real. O tempo que se gasta a viver esses papéis, bem se podia gastar a abordar uma pessoa na rua e iniciar uma conversa. A vida real, ao que parece, é uma experiência demasiado vívida para interessar o cidadão comum, especialmente considerando a alternativa pouco comprometedora de adoptar o papel de voyeur da vida de quem podia ser nosso vizinho. Sem telefonemas inoportunos, sem dramas que não se desliguem com a televisão, sempre a altura certa, sempre a medida certa.
O encerramento em cada um de nós não apaga a herança social, a necessidade de relação. Pelo que os actores se tornam pessoas reais e os vizinhos, figuras irreais.
Em vez de uma série de aventura, abrir a porta e viver uma.
Sem controlo. Real. Necessária.
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