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domingo, julho 25, 2004

O Rumo 

Todo o empenho dos pais na criação dos seus filhos se dirige para uma altura em que estes são soltos para o mundo, cheios de ideais e planos para uma contribuição do seu carácter único para um mundo que básicamente não os quer. Crentes nisto, há daqueles educados para competir e outros educados para seguir os que estarão porventura certos. Qualquer via para assegurar que a caravana não atole na lama e a herança não se disperse ou corrompa. Quer seguindo, quer seguidos, alguém é obrigado a pertencer. Assim somos educados. Seres sociáveis, inclusos, direccionados para o objectivo do sucesso. Uma boa vida, a conta, a casa, carro, os catraios.
Educados para o sucesso. Mas que sucesso? Que é o sucesso?
Se sucesso é a satisfação pessoal pelos objectivos cumpridos, viajantes pela Europa com a casa às costas podem ser consideradas pessoas de sucesso. São poucos os que se atrevem, ainda menos os bem sucedidos. Selectos. Uma raça àparte. Se se gosta desse tipo de coisas... poderia falar de voluntários num campo de refugiados... ajuda a idosos... gente especial, indivíduos.
Se sucesso é o que nos dizem ser sucesso, então os dominantes e dominados seguidores são os verdadeiros indivíduos e justas singularidades, mas... esta é a maioria da massa batalhadora. Os feitos únicos são concretizados por minorias, lideradas não pela corrente mais forte, mas por determinismo relativamente pessoal, digo relativamente porque houve sempre a pessoa que o fez primeiro e inspirou todos os aventurosos outros.
É de reflectir se quando vemos esses bichos que se deleitam com prazeres ?menos populares? sentimos pena por não seguirem a grande fila, ou sentimos pena de nós por algures na nossa caminhada pela independência pessoal termos deixado de nadar contra a corrente e acabarmos agrossando uma força que corre em circulos.

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