domingo, outubro 17, 2004
Aquilo que Escapa
A atracção feminina pelos homens que as tratam mal, vai para além do conformismo de quem julga que não consegue encontrar alguém que a trate com mais dignidade. Mais complicado que o erro de pensar que a atenção dispensada numa discussão é uma indicação de amor por parte de alguém que não consegue exprimir uma emoção positiva.
Esta absessão auto-destrutiva prende-se também com a relação que a mulher teve com o homem que a educou, tenha sido seu pai ou whatever, que por sua vez lhe incutiu um tal sentimento de dependência ou repugnância, que ela se sinta obriga ora a converter um negro passado numa relação de sucesso, expurgando o seu pai, ou converter uma pessoa que nada tem a ver com o seu pai, numa outra pessoa. Reconverte-lo no homem que ela julga ser o máximo expoente da masculinidade. A fé na sua capacidade pessoal de mudar os podres desse homem, faz com que cada mau trato seja encarado apenas como um precalço, e não como um indicativo de incompatibilidade. E assim se vai debatendo e se vai afundando mais fundo.
Poder-se-ia confundir com um instinto maternal, este querer recuperar a virtude do homem, mas é sem dúvida um instinto de filha à procura de um pai que a proteja.
É uma situação que interessa ao homem, esta de dependência. Pois muito mais dificil se tornará o abandono, se a pessoa com quem estiver for dependente da sua presença, apesar dos erros que cometa, tal como esperaria de uma mãe que o amasse para além de todos os seus maus desvios. Uma mãe com a qual não tenha que controlar os seus ímpetos sexuais. Mas assim que estes são satisfeitos perde-se o respeito pela mulher, porque afinal de contas pretendia uma mãe, e uma mãe nunca, mas nunca cederia à luxúria do filho. Causa-lhe repugnância. Estimula-lhe o desdém. O mau trato torna-se justificado. E a dependencia da mulher continua. Dividida entre aquilo que ele julga querer, uma mulher, e aquilo que ele precisa para se endireitar, uma mãe. Ao mesmo tempo que balanceia o homem que a maltrata e o homem que se tornará o ícone do macho em relação.
A esperança substitui o amor.
Esta absessão auto-destrutiva prende-se também com a relação que a mulher teve com o homem que a educou, tenha sido seu pai ou whatever, que por sua vez lhe incutiu um tal sentimento de dependência ou repugnância, que ela se sinta obriga ora a converter um negro passado numa relação de sucesso, expurgando o seu pai, ou converter uma pessoa que nada tem a ver com o seu pai, numa outra pessoa. Reconverte-lo no homem que ela julga ser o máximo expoente da masculinidade. A fé na sua capacidade pessoal de mudar os podres desse homem, faz com que cada mau trato seja encarado apenas como um precalço, e não como um indicativo de incompatibilidade. E assim se vai debatendo e se vai afundando mais fundo.
Poder-se-ia confundir com um instinto maternal, este querer recuperar a virtude do homem, mas é sem dúvida um instinto de filha à procura de um pai que a proteja.
É uma situação que interessa ao homem, esta de dependência. Pois muito mais dificil se tornará o abandono, se a pessoa com quem estiver for dependente da sua presença, apesar dos erros que cometa, tal como esperaria de uma mãe que o amasse para além de todos os seus maus desvios. Uma mãe com a qual não tenha que controlar os seus ímpetos sexuais. Mas assim que estes são satisfeitos perde-se o respeito pela mulher, porque afinal de contas pretendia uma mãe, e uma mãe nunca, mas nunca cederia à luxúria do filho. Causa-lhe repugnância. Estimula-lhe o desdém. O mau trato torna-se justificado. E a dependencia da mulher continua. Dividida entre aquilo que ele julga querer, uma mulher, e aquilo que ele precisa para se endireitar, uma mãe. Ao mesmo tempo que balanceia o homem que a maltrata e o homem que se tornará o ícone do macho em relação.
A esperança substitui o amor.
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