segunda-feira, janeiro 03, 2005
Nem Ódio Nem Indiferença
Como tantas vezes se encontra, o sentimento que rivaliza com o Amor não é o ódio, seu antípoda, nem a indiferença que mais tarde se ajuizou ser, de facto, o oposto. A concorrência parte de dentro de si.
Julgue-se o amor constituído de passado e futuro, com o presente a servir de mediador, não a balança que os pesa, mas quem controla a balança e vê de que lado tomba o prato. A balança é tudo o resto que preenche a vida. Capaz de adulturar o resultado se estiver mal calibrada ou avariada de alguma maneira.
No passado o peso dos argumentos factuais, as atitudes, as provas dadas por um e outro de que aquela relação se ergue por gestos que apontam sentimento diferente de todo o outro que não o amor. As provas encontram-se aqui. E se perdura o amor, é porque as memórias são valorosas, ou então porque o futuro se prevê com esperança, na mudança de tudo quanta está mal, e no prognóstico de melhores dias para chegar. Mas sem provas, sem o concreto, imaginário ou não, que fazer de uma relação?
Parece que o passado contém o poder de argumento e o futuro, o de argumentação.
O amor consiste em traços gerais nisto, no balanço positivo entre o que se vê para trás e o que se antecipa adiante. Sem esperança, sem futuro, não há relação que dure.
A negação pode adiar o fim, mas não o evitará.
É neste poder esmagador do passado, sem esperança, que descobri o mais valoroso concorrente do amor: a nostalgia. Nela encontramos a experiência e a âncora em águas turbulentas. Uma prisão no passado comporta sentimento para preencher vários amores. Objectivos sucedidos e falhados, um exército de "ses", a depressão de não poder escolher todos os caminhos e decidir pelo melhor. O arrependimento ou a glória.
Contudo... o passado. E uma pessoa não pode viver no passado, parada.
Heis a glória do amor: esperança. E dentro dela a continuidade. Possivelmente ilusória, mas ainda que se tropece, sempre é melhor que nunca tropeçar.
Julgue-se o amor constituído de passado e futuro, com o presente a servir de mediador, não a balança que os pesa, mas quem controla a balança e vê de que lado tomba o prato. A balança é tudo o resto que preenche a vida. Capaz de adulturar o resultado se estiver mal calibrada ou avariada de alguma maneira.
No passado o peso dos argumentos factuais, as atitudes, as provas dadas por um e outro de que aquela relação se ergue por gestos que apontam sentimento diferente de todo o outro que não o amor. As provas encontram-se aqui. E se perdura o amor, é porque as memórias são valorosas, ou então porque o futuro se prevê com esperança, na mudança de tudo quanta está mal, e no prognóstico de melhores dias para chegar. Mas sem provas, sem o concreto, imaginário ou não, que fazer de uma relação?
Parece que o passado contém o poder de argumento e o futuro, o de argumentação.
O amor consiste em traços gerais nisto, no balanço positivo entre o que se vê para trás e o que se antecipa adiante. Sem esperança, sem futuro, não há relação que dure.
A negação pode adiar o fim, mas não o evitará.
É neste poder esmagador do passado, sem esperança, que descobri o mais valoroso concorrente do amor: a nostalgia. Nela encontramos a experiência e a âncora em águas turbulentas. Uma prisão no passado comporta sentimento para preencher vários amores. Objectivos sucedidos e falhados, um exército de "ses", a depressão de não poder escolher todos os caminhos e decidir pelo melhor. O arrependimento ou a glória.
Contudo... o passado. E uma pessoa não pode viver no passado, parada.
Heis a glória do amor: esperança. E dentro dela a continuidade. Possivelmente ilusória, mas ainda que se tropece, sempre é melhor que nunca tropeçar.
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