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domingo, fevereiro 06, 2005

Tributo 

"...mas um homem fica parvo.. com a força do futuro contida no passado.."
Pedro Barroso "Longe Daqui".
Já há um tempo que pensava numa maneira de introduzir este senhor no meu blog, e agora entrou de rompante para introduzir o post pós-aniversário.
Não há como ficar indiferente a desilusões amorosas de todo o género de pessoas, não é preciso que as conheçamos ou que exista grande relação, ainda que ajude, para identificarmos um episódio em que algo precioso saiu de vista, de algo que mudou sem melhora na nossa vida. É esta a natureza de todo o luto pela desgraça do próximo, o relacionar com o sofrimento ou o que julgamos seja o sofrimento adequado para a perda sofrida, e temendo-o... comovemo-nos. A empatia tem pouco de altruista. Aliás, que raio há de altruista? Já dizia Kant que não havia bondade senão na boa vontade.
Mas realismo frio de parte...
Porquê arrependimentos? Tomemos o exemplo da relação.
O investimento e a ilusão pensam-se perdidos quando a relação se dá por terminada, mas porque teria de ser assim? Se o que fazia daqueles momentos algo memorável era a passagem de uma experiência singular, porquê denegri-la com acusações de que tudo foi em vão? Porquê negar a felicidade passada pela esperança partida? Deixou de ser? Porquê? Os bons tempos e os sorrisos fizeram parte daquela vida, não há como o negar. Tudo faz parte do processo de luto, rebaixar as alturas do que se passou, chamando-lhe nomes para que a despedida seja feita de modo brusco e rápido? Parecem os putos a tirar as crostas para apagar a queda e seguir ousando.
Remoer sobre o passado é cobardia. Atacamos decisões tomadas por uma pessoa que não se pode defender. Criticamo-nos por ter sido felizes quando é isso que desejamos para nós acima de tudo. Assim sendo... parece que há mais conforto na tristeza plácida e romantizada que na aventura do risco.
E ainda assim... voltam a tentar... mais tarde, quem sabe?
Mas o peso do passado não deixa de negar o SIM. Apenas porque não foi eterno.
Nem andar conseguiriamos sem arriscar um passo.
"...para dentro do futuro... ADIANTE!"

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