Meditações de Fim de Mundo

A consciência da nossa pequenês, em vez de nos humildecer, projecta-nos a rebaixar o restante tecido social perseguindo a lógica de que alguém algures tem de estar pior que eu e se não estiver, devia estar e se não está, inventa-se aí qualquer coisa.
Tornou-se de tal maneira mecânico e aceite como cómico e sagaz que temos criancinhas educadas para reparar em falhas subtis e segredar para o lado em risota, esperando concerteza pontos por ser perspicaz. Heis a educação que temos.
Assim pensava eu deste tipo de comportamento de trampolim, mandar abaixo para nos levarmos às alturas, quando me fiz reparar que criticamos nos outros as mesmas falhas que nos observamos padecer e FAZEMOS DELAS COMÉDIA!
Não são os outros que gozamos, somos nós que fazemos questão de nos gozarmos quando nos vemos ao espelho! Mas de mansinho... talvez não se repare na altura que piores episódios nos envergonharam e mandámos ao orvalho todos aqueles que foram simpáticos o suficiente para tomar o nosso papel naquela instância.
Tanto esforço para quê? Quando rir de nós próprios é do mais saudável que há...