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sexta-feira, setembro 16, 2005

Sorrisos e Cepticismo 

É o propósito numa relação, o conhecer a outra pessoa tão bem quanto conseguirmos enquanto nos vamos deixando persuadir a prescindir de alguns dos nossos segredos. Regra geral deixamos a iniciativa da partilha de falhas e pontos fracos à parte oposta, para que quando enumerarmos a nossa longa lista, possamos ter o conforto aliviante de estar a falar com um colega ser humano. Eu erro mas olha só a asneirada que tu fizeste.
Toda a conversa se torna num jogo de estratégia.
Contam-se uns segreditos com os quais já fizemos as pazes e esperamos iludir a outra parte, que espera o sinal verde para despejar a bagagem. Sentimo-nos abertos e em paz connosco enquanto o fazemos, convencendo-nos que falar daqueles terá o mesmo efeito rejuvenescedor que outros tais que fariam um proxeneta corar. Mas que aberto que eu sou! Duplo efeito. Não é acaso que a parte oposta pense que abrimos a caixa, nós próprios nos convencemos de que estamos a fazer as pazes com aquele conteúdo, que revelamos pela primeira vez àquela pessoa. A terra com que tapamos aquele assunto descai, convenientemente, para cima de outros assuntos, que podem esperar outra "boa" oportunidade para serem colocados sobre a mesa. Sempre esperando algo em troca é claro. Ninguém partilha segredos com objectos que deviam ser animados. Seria como dar o que se pode vender.
A amizade pode muito bem ser um jogo de forças e uma maneira de satisfazer a veia voyeurista ao género do big brother, para mencionar apenas duas funcionalidades. Todas tratam de reciprocidade e interesse.

E agora, um favor de um filósofo morto.

"Falar muito sobre nós próprios, também pode ser uma maneira de nos ocultarmos"
Friedrich Nietzsche

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