<$BlogRSDUrl$>

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Civilizados demais para uma Revolução 

A Human Rights Watch sancionou os EUA pelos seus actos aquando da liberação (ocupação) do Iraque. O mesmo fez a Amnistia Internacional, Greenpeace e mil e um outros organismos e instituições por esse mundo fora. E como resultado, a política americana mudou... nada.
Os trabalhadores portugueses na figura dos seus competentes (chulistas) sindicatos apresentaram no último ano mais protestos (dias de folga) que em qualquer outro ano depois do 25 de abril de '74, e felizmente teve o efeito... nulo.
Os agricultores portugueses protestaram a introdução de produtos espanhóis no mercado português, que pelo seu baixo preço (porra de qualidade) violam a lei de livre concorrência, uma vez que eliminariam a margem de lucro (miséria) dos exploradores portugueses. Os patrões nacionais da indústria de retalho, levando isto em atenção, fizeram de facto mudanças e introduziram no mercado produtos que passam por portugueses com igual qualidade (vómito) mas que são na realidade espanhóis com camisolas da selecção nacional (made in taiwan).
Estes e muitos mais episódios me fazem pensar...
Tempos houve em que os protestos levavam a algum sítio porque os detentores do poder advogado pelo povo, temiam a sua reacção às medidas aplicadas (impostas) quer fosse pela força pura e avassaladora das massas ou alguma revolução que destruisse o sistema que tanto trabalharam para sustentar (outros chulos). Mas o capitalismo matou os revolucionários. Bem... não os matou, mas reduziu-os a números tão insignificantes, que descredibiliza-los é tarefa entregue a recém-licenciados (carne para canhão) cheios de vontade (tesão de mijo) para fazerem diferença (conta bancária) na sua área de eleição.
Causar ondas é falta de chá. Um retrocesso do civismo, associado a minorias, que embora em voga, continuam a ser esbofeteadas a medo (morangos com açucar). E não há líderes fortes para oferecerem uma alternativa. Todos os jovens e insatisfeitos demais se levantaram para ver quem lá vinha desse novo partido bloco de esquerda, mas depois de muita promessa, tomaram o seu lugar na assembleia da república (chupistas) e quando falam agora, falam já sem a credibilidade de outros tempos.
Fomos mordidos pelo bicho do sono, herança da desilusão que foram os anos 60, quando todos os hippies se tornaram yuppies, chegando finalmente à conclusão que se precisavam de dinheiro, tinham de baixar as calcinhas como todo o resto. Depois de ver tudo isto, fiel amigo caindo um sobre o próximo até os ver a correr contra o outro pelo melhor emprego e o próximo isco capitalista que tinham absolutamente de morder. Foi esta geração que nos criou. Conformados e integrados. Tentando evitar o desperdicio do nosso tempo, uma vez que a conclusão seria sempre a escravatura, e essa constatação faria de nós os fracos que eles se sentem. Fracos demais para gritar e fincar o pé. Mas mesmo educados para isso, a semente de revolução perdurou. Não contra o sistema, mas contra a educação. Não porque sabiamos do acordo de silêncio, mas porque nos agarraram na altura de nos largar para o mundo. Com medo, incitando-nos ao medo. Por isso quando nos revoltamos, dirigimo-nos aos agentes do sistema e fazemos aí o nosso luto, porque lhes devemos tudo quanto temos e somos. Estafados, já não temos ânimo para nos erguemos, consequentes, contra os homens do leme.

Comments: Enviar um comentário

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

eXTReMe Tracker