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sexta-feira, janeiro 13, 2006

Herança 

Esta campanha presidencial remete-me logo para o sketch do gato fedorento onde um politico é acusado de ter usado um argumento durante um debate da especialidade.
A proporção de troca de ideias e projectos para a tonelagem de areia que é lançada para os olhos uns dos outros é espantosa. Ou nem por isso. Importamos finalmente o modelo americano de campanha, onde se alimenta a "comadrice" dentro de cada português, desviando os olhos das reais funções de um presidente e a aptidão de cada candidato teria para ocupar esse lugar. Enfim... coisinhas processuais como o mérito e a capacidade e o homem certo para o lugar certo e não sei quê mais.
No entanto, ressalvo aqui os candidatos mais chegados à ponta esquerda, porque esses, pobrezinhos, sempre atacaram toda a gente e são pioneiros neste estilo de campanha da difamação (ou exposição de verdades) mas por necessidade, tal como o pobre que rouba num mercado para ter comida para a boca. Se não fizerem barulho ninguém dá por eles e ainda alguém os pisa por engano...
Já os principais candidatos, diria crónicos, Soares e Cavaco, chegam ao final da vida sem saber muito bem o que fazer para merecer uma posição numa instituição, já que passaram uma vida inteira com empregos atribuidos por cunha e reputações de famílias "bem", com alguns beijos e abraços de campanha, que a mim me dão vontade de rir, pouco antes de me dar vontade de partir qualquer coisa.
Estes candidatos a representantes de um povo essencialmente pobre, não são representativos do povo que representam. E o povo essencialmente pobre, junta pobreza de espírito à decisão de voto, remetendo a justificação erudita "sempre votei cavaco ou soares" na altura de atribuição de culpas. Comam a sopinha que quando acabar o gosto passa.
Fica tudo muito admirado porque o Cavaco não faz campanha que se veja e não fala o suficiente. Para quê? Porque há-de o homem gastar o seu latim quando o Soares anda por todo o lado a fazer campanha para ele? Para quê destacar os erros da politica do PS, destacando com isto a ineficácia do modelo socialista à conjuntura económica actual, se temos 2 candidatos PS que nos garantem que o partido é incoeso e não merece portanto um dos seus a governar o país? Porquê mencionar a revolução que seria se Louçã ou Jerónimo de Sousa chegassem ao poder se ninguém lhes liga pevide? Porquê destacar que o outro candidato que aparece nas sondagens perdeu eleições para a presidência do Benfica se ninguém se lembra do nome dele? Se pode aproveitar para passear Portugal fora às costas dos apoiantes saudosos dos tempos do salazarismo... ups... cavaquismo e as maravilhas para a moral dos então medrosos social-democratas?
Se este homem que manda a polícia de choque para violar o direito à manifestação, ganha eleições... bom... temos mais 20 anos pela frente sem que ninguém dê conta que não percebemos nada disto.
E depois temos um candidato poeta...

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