Meditações de Fim de Mundo

Um jornal iraniano foi encerrado por publicar "(...)uma edição especial uma caricatura satírica na sua página infantil, que foi interpretada como um insulto à minoria azeri, que vive no noroeste do Irão(...)"
Por cá os jornalistas intrometem-se em investigações criminais e ainda reclamam quando são impedidos de continuar a sua intromissão.
A liberdade jornalística não protege o intrometimento e comprometimento de conteúdos que pelo seu carácter jurídico, não devem ser do conhecimento do público. No entanto, tal fronteira parece querer ser agora negociada pelos jornalistas que não hesitam em dar voz a fugas de informação que comprometem dossiers abertos.
Clama tudo por liberdade de imprensa como se estivesse a desaparecer, quando o caso não é o da intromissão do governo, mas o alargar forçado por parte da imprensa daquilo que pode ou não ser revelado. Sendo a opinião pública manipulada pela imprensa e pairando ainda no ar o fantasma da censura e da ditadura, uma imposição é substituida por outra que interesse quem pretende mais e mais poder.
Curioso também a insurgência dos orgãos de comunicação contra qualquer particular que fale deste seu abuso, ridicularizando quem se queixe do papel intrusivo da comunicação social em organismos tão diversos como o governo e os clubes de futebol, de facto, censurando uma opinião que não a sua, não pela não publicação, mas por autos editoriais que corrompem a verdade jornalística da isenção.