Meditações de Fim de Mundo

Uma palavrinha aos portugueses não-benfiquistas que ficaram contentes com o afastamento da equipa da taça UEFA, favorecendo seus espíritos que fosse o Espanyol a triunfar.
Numa altura em que nenhuma outra equipa portuguesa se encontra em competições europeias, quantos mais pontos conseguisse o Benfica, mais hipóteses teriamos nós de colocar no futuro mais equipas portuguesas nas competições europeias, pelo que a hipótese da equipa desses adeptos que apoiaram a equipa que não era portuguesa, era então maior e numa fase mais adiantada da competição.
Como é que pode ser normal para esta gente que se prefira o triunfo de uma equipa não portuguesa perante uma equipa portuguesa? Nem o efeito da desmoralização para o campeonato deveria ser mencionado, já que equipas que se gabem de alguma reputação não precisam de ajuda de factores externos para que o seu plantel seja bem sucedido.
Questão fica apenas na consistência do patriotismo de cada um. Especialmente contra uma equipa espanhola, houveram portugueses, ditos orgulhosos, que ficaram satisfeitos com a derrota do Benfica, como se isto fosse um jogo para o campeonato.
O ódio chegou a um ponto em que queimou o centro de lógica destes adeptos, grupo do qual nem excluo mesmo alguns adeptos do Benfica, onde o delírio é tanto que chega a ser mais compensador que a equipa-némesis perca do que a sua própria equipa (apelidada de si própria como incapaz à frente de toda a gente menos de outros adeptos). Isto é pensamento fanático. Isto não é saudável. Isto não faz ninguém gostar de futebol, pois se estas são as atitudes esperadas, metam-se todos num recinto e matem-se à pancada. Isto é futebol! Não é a vida!