Meditações de Fim de Mundo

Fátima Felgueiras foi "condenada" a 7 meses de prisão suspensa, ficando livre para ir para casa e saindo sob um coro de elogios e vivas que me espantam, mas apenas até me lembrar em que país é que vivo. Depois passa.

Não acredito que esta mulher se fique por aqui em termos políticos. Porque o faria? Os seus eleitores adoram-na e já faltou mais para as eleições autárquicas.

O espalhar dos ilícitos foi a chave ganhadora. Enquanto só roubasse da Câmara para meter ao bolso ou favorecesse construtores, seria linxada na rua. Mas também foi ajudar o clube de futebol (de forma criminosa) e isto lançou-lhe uma auro de Robin Hood que tirou ao governo e deu aos pobrezinhos. Esquecem-se é claro como é que o governo consegue o seu dinheiro. E se calhar seria melhor aplicado em crises sociais que em ordenados de homens que jogam à bola para ganhar a vida.

Agora voltou para a rua, continua a dizer-se perseguida e a requerer protecção do povo, que a dispensa, pois vê nesta brasileira uma filha da terra e revê-se no papel de salvadores de Cristo antes que o raio dos romanos o levem lá para o monte. Isto é gente da terra, uma comunidade adormecida cujo maior evento que já lhes caiu no colo foi uma mulher que tinham em alguma consideração ser acusada de os roubar. Entra a negação e entra a protecção ao objecto depressígeno com deslocamento da raiva que acarreta a traição de volta para o governo central e um pouco para o resto do país que a condena, imagine-se, por crimes que se confirmou que cometeu.

Como diziam os acusadores, tendo-se provado os factores que levantaram o processo, 7 meses suspensos sabem a pedido de desculpas por ter criado alarido.