quarta-feira, dezembro 22, 2004
Equilíbrio
Sendo a realidade uma convenção, temos que admitir que na realidade, a realidade não é mais que um monte de concordâncias, para além das quais nada existe.
O bem e o mal, o mediador, é portanto uma extensão dessas concordâncias e não existe para lá da ilusão, pelo que a punição ou recompensa são actos absurdos. A conduta humana não pode, então, tal como a dos animais, ser condenada.
As convenções são então o certo e o errado. O horrível e o comendável.
Parecem um ser àparte, dotado de vida e propósito: o de controlar um ser que a cada momento corre em biliões de direcções, não guiado por um instinto relativamente previsível... mas por uma vontade e contra-vontade.
Se fossemos seres correctos não precisariamos de convenções, já dizia a Dra Ponce Leão, no fundo somos animais organizados, mas animais não obstante, em necessidade de corrente que nos sustenha e grades que nos limitem, caso contrário não haveria civilização. Sem razão, sem direcção, mergulhariamos no nosso interior e elouqueceriamos. Como crianças, precisamos de um pai que nos pegue pelo pulso e nos leve à porta que devemos passar, precisamos de um DEUS. À falha de um DEUS executor, criamos um pai de papel na figura de TODOS no momento de punir os tresmalhados.
Mas ainda assim, o rio transborda... as convenções só abrangem os que a entendem e conhecem, como já falei num post anterior. O objectivo e o subjectivo chocam constantemente, e na ausência da concórdia, um acto punível não pode moralmente ser castigado. Bastando para isso que o ofensor discorde da convenção. Parece ridículo... mas é do domínio da razão. Se quisermos entender, a ela acederemos. Como sempre...
A ordem é uma fabricação, como a sociedade. E se a convenções chegamos através da razão, se com estes blocos fizemos a nossa prisão, a inevitabilidade da razão nos levará à sua destruição. O homem não será contido. O homem não deve ser contido. O homem a tudo destruirá. Para tudo evitar, para que o homem NUNCA chegue ao seu potencial, temos correntes, e temos limites, e nos revoltamos queixosos que a sociedade nos prende. Eu diria que a sociedade não prende alguns de nós com força suficiente. Pois se a balança do bem e do mal treme equilibrada face a massacres na Serra Leoa e na Palestina.. os limites de papel são inúteis.
O bem e o mal, o mediador, é portanto uma extensão dessas concordâncias e não existe para lá da ilusão, pelo que a punição ou recompensa são actos absurdos. A conduta humana não pode, então, tal como a dos animais, ser condenada.
As convenções são então o certo e o errado. O horrível e o comendável.
Parecem um ser àparte, dotado de vida e propósito: o de controlar um ser que a cada momento corre em biliões de direcções, não guiado por um instinto relativamente previsível... mas por uma vontade e contra-vontade.
Se fossemos seres correctos não precisariamos de convenções, já dizia a Dra Ponce Leão, no fundo somos animais organizados, mas animais não obstante, em necessidade de corrente que nos sustenha e grades que nos limitem, caso contrário não haveria civilização. Sem razão, sem direcção, mergulhariamos no nosso interior e elouqueceriamos. Como crianças, precisamos de um pai que nos pegue pelo pulso e nos leve à porta que devemos passar, precisamos de um DEUS. À falha de um DEUS executor, criamos um pai de papel na figura de TODOS no momento de punir os tresmalhados.
Mas ainda assim, o rio transborda... as convenções só abrangem os que a entendem e conhecem, como já falei num post anterior. O objectivo e o subjectivo chocam constantemente, e na ausência da concórdia, um acto punível não pode moralmente ser castigado. Bastando para isso que o ofensor discorde da convenção. Parece ridículo... mas é do domínio da razão. Se quisermos entender, a ela acederemos. Como sempre...
A ordem é uma fabricação, como a sociedade. E se a convenções chegamos através da razão, se com estes blocos fizemos a nossa prisão, a inevitabilidade da razão nos levará à sua destruição. O homem não será contido. O homem não deve ser contido. O homem a tudo destruirá. Para tudo evitar, para que o homem NUNCA chegue ao seu potencial, temos correntes, e temos limites, e nos revoltamos queixosos que a sociedade nos prende. Eu diria que a sociedade não prende alguns de nós com força suficiente. Pois se a balança do bem e do mal treme equilibrada face a massacres na Serra Leoa e na Palestina.. os limites de papel são inúteis.
sábado, dezembro 18, 2004
Primitivo
O homem nunca soube regular muito bem o seu apetite sexual para coincidir com o que é socialmente aceitável na sua interacção com a mulher. (Tomo o exemplo hetero)
Hoje com as imagens e os filmes de conteúdo erótico e pornográfico, com a revolução sexual e todas as portas que se abrem para vir separar sexo de reprodução, anda tudo maluco. Os homens porque sentem o sexo cada vez mais perto. As mulheres ou porque sentem o sexo cada vez mais inconsequente no que respeita ao planeamento familiar OU porque os homens parece que cada vez têm menos pudor nas suas aproximações. Posto de lado o caso daquelas senhoras que vivem para tentar homens, coloca-se o inconveniente às mulheres que sofrem com este crescente de assédio.
O que mudou?
Com a facilidade de acesso a imagens que mostrem quanto mais não seja mulheres a mostrarem os peitos, é compreensível que a determinada altura, embora despertando interesse, se torne algo cada vez mais banal. É ver um filme ou uma novela tempo suficiente, e, ou no genérico ou lá para o meio, somos agredidos com uma mama ou um rabito jeitoso, sejamos nós de que idade formos. Cada vez as vemos mais cedo, cada vez mais cedo nos é doutrinado que o corpo feminino não só deve ser exibido, como o será cada vez que o desejarmos com força suficiente para premir o controlo remoto.
Apesar do bom senso que deve acompanhar cada acção do homem, a associação entre a facilidade de ver o corpo feminino nos filmes e a de as ver no vida real, é feita.
Se o actor tal e tal se fez e conseguiu, as mulheres são tão ou mais receptivas ao sexo que os homens, e nos mesmos termos, ou seja, quando apetece, toma lá disto.
Os filmes, as imagens que reportam as mulheres como receptivas ao largar do chapéu, induzem na maioria dos homens um senso de que todas as mulheres, no íntimo, procedem desta maneira lasciva, acompanhando a par e passo o seu próprio apetite. Ansioso de provar esse fruto, a deixa para o encontro sexual é feita, e o resultado muitas vezes surpreendente.. é preciso mais que a vontade unilateral.
Mas como há mulheres para tudo... há que manter a pressão.
O triste e é que ainda mordem algumas..
Hoje com as imagens e os filmes de conteúdo erótico e pornográfico, com a revolução sexual e todas as portas que se abrem para vir separar sexo de reprodução, anda tudo maluco. Os homens porque sentem o sexo cada vez mais perto. As mulheres ou porque sentem o sexo cada vez mais inconsequente no que respeita ao planeamento familiar OU porque os homens parece que cada vez têm menos pudor nas suas aproximações. Posto de lado o caso daquelas senhoras que vivem para tentar homens, coloca-se o inconveniente às mulheres que sofrem com este crescente de assédio.
O que mudou?
Com a facilidade de acesso a imagens que mostrem quanto mais não seja mulheres a mostrarem os peitos, é compreensível que a determinada altura, embora despertando interesse, se torne algo cada vez mais banal. É ver um filme ou uma novela tempo suficiente, e, ou no genérico ou lá para o meio, somos agredidos com uma mama ou um rabito jeitoso, sejamos nós de que idade formos. Cada vez as vemos mais cedo, cada vez mais cedo nos é doutrinado que o corpo feminino não só deve ser exibido, como o será cada vez que o desejarmos com força suficiente para premir o controlo remoto.
Apesar do bom senso que deve acompanhar cada acção do homem, a associação entre a facilidade de ver o corpo feminino nos filmes e a de as ver no vida real, é feita.
Se o actor tal e tal se fez e conseguiu, as mulheres são tão ou mais receptivas ao sexo que os homens, e nos mesmos termos, ou seja, quando apetece, toma lá disto.
Os filmes, as imagens que reportam as mulheres como receptivas ao largar do chapéu, induzem na maioria dos homens um senso de que todas as mulheres, no íntimo, procedem desta maneira lasciva, acompanhando a par e passo o seu próprio apetite. Ansioso de provar esse fruto, a deixa para o encontro sexual é feita, e o resultado muitas vezes surpreendente.. é preciso mais que a vontade unilateral.
Mas como há mulheres para tudo... há que manter a pressão.
O triste e é que ainda mordem algumas..
sábado, dezembro 11, 2004
Marcelo vs Santana vs Sentido
Não devo ser o único a achar isto estranho.
Depois de Santana Lopes ter dado um golpe de estado desdramatizado pelo Sr.Presidente, o país começou a voltar de novo a adormecer por entre resmungos inconsequentes, prontos para "deixar estar".
Heis senão que Marcelo Rebelo de Sousa deixa a TVI por entre uma nébula de mistério propositada pelo mesmo, que simplesmente saiu sem nada dizer senão que não falava e não falava e agora até parece que vai falar em Janeiro. Convenientemente quando a campanha eleitoral estiver ao rubro, lá há-de sair um livrito ou lá se há-de cobrar um cachet "fuodasse" e tudo se descobrirá. Ou então não. É que dificilmente a verdadeira razão sairá a público, já que não atestará muito ao carácter do professor de direito que há alguns anos até se dizia, andava atrás das alunas como louco.
Marcelo e Santana não se suportam, por entre críticas políticas vêm os desacordos pessoais que nunca foram escondidos, mas que, recentemente não têm sido abordados.
É que falar mal do governo, da oposição e de práticamente toda a gente de direito, tem resultado em agitação nos corredores, todas as segundas depois da intervenção que fazia naquele canal, mas ficar calado... e ficar calado sobre o porquê de ficar calado... despertar a perigosa especulação mediática, que acredito que ele soubesse EXACTAMENTE para onde se deslocaria, graças ao velho fantasma da ditadura, teria um efeito ainda mais devastador para o governo. Ou seja, para Santana Lopes, ou seja, para o velho inimigo.
Jogando os cães ao lobo, Marcelo só teve de ficar nas linhas a apreciar todo o processo a desenrolar, o castelo a perder cartas. Não por sua obra, mas sem dúvida com a sua petit contribuição. Afinal de contas... a imprensa eriça-se quando alguém se cala. Se queixinhas faziam quando não lhes revelavam notas secretas do processo Casa Pia, então calar quem mais poeira levantava (todo o respeito a Miguel Sousa Tavares) e tanta audiência dava àquele canal, era caso de guerra, toda menos jornalística, imparcial e factual. Quando a imprensa se zanga, o povo espuma.
O regresso é certo. A manobra, genial.
Depois de Santana Lopes ter dado um golpe de estado desdramatizado pelo Sr.Presidente, o país começou a voltar de novo a adormecer por entre resmungos inconsequentes, prontos para "deixar estar".
Heis senão que Marcelo Rebelo de Sousa deixa a TVI por entre uma nébula de mistério propositada pelo mesmo, que simplesmente saiu sem nada dizer senão que não falava e não falava e agora até parece que vai falar em Janeiro. Convenientemente quando a campanha eleitoral estiver ao rubro, lá há-de sair um livrito ou lá se há-de cobrar um cachet "fuodasse" e tudo se descobrirá. Ou então não. É que dificilmente a verdadeira razão sairá a público, já que não atestará muito ao carácter do professor de direito que há alguns anos até se dizia, andava atrás das alunas como louco.
Marcelo e Santana não se suportam, por entre críticas políticas vêm os desacordos pessoais que nunca foram escondidos, mas que, recentemente não têm sido abordados.
É que falar mal do governo, da oposição e de práticamente toda a gente de direito, tem resultado em agitação nos corredores, todas as segundas depois da intervenção que fazia naquele canal, mas ficar calado... e ficar calado sobre o porquê de ficar calado... despertar a perigosa especulação mediática, que acredito que ele soubesse EXACTAMENTE para onde se deslocaria, graças ao velho fantasma da ditadura, teria um efeito ainda mais devastador para o governo. Ou seja, para Santana Lopes, ou seja, para o velho inimigo.
Jogando os cães ao lobo, Marcelo só teve de ficar nas linhas a apreciar todo o processo a desenrolar, o castelo a perder cartas. Não por sua obra, mas sem dúvida com a sua petit contribuição. Afinal de contas... a imprensa eriça-se quando alguém se cala. Se queixinhas faziam quando não lhes revelavam notas secretas do processo Casa Pia, então calar quem mais poeira levantava (todo o respeito a Miguel Sousa Tavares) e tanta audiência dava àquele canal, era caso de guerra, toda menos jornalística, imparcial e factual. Quando a imprensa se zanga, o povo espuma.
O regresso é certo. A manobra, genial.