<$BlogRSDUrl$>

terça-feira, fevereiro 28, 2006

Sim Sim, Não Não 

Nas grandes tragédias de nossa autoria individual, o processo de censura social é sempre maleável. Tomando o exemplo de um choque de carro.
Se estivermos visivelmente agitados e nervosos, a resposta que temos é inspiradora de calma, de desdramatização e reformulação, procurando eufemismos e lados positivos. Se calmos estivermos, resignados, é-se censurado pela placidez com que encaramos todo o acidente, culpados e doutrinados de incompetência, tentando com isto que não volte a acontecer. Mas que lição é esta? És uma besta e um ignorante, vá... sentes-te melhor? É que eu sinto-me MUUUUITO melhor depois de te ter dito isto. Muito mais aliviado. Hey... que cara de aborrecido é essa? Também és antipático!
Nunca uma palavra de conforto, nunca uma voz de equilíbrio..
É assim que lidamos uns com os outros.
Assim nascem e crescem os ansiosos e deprimidos, da necessidade dos outros de acomodarem o seu sentido moralista ao que não foram chamados para ajuizar.
Seres sociais?
Laços?
Deviam passar carta a quem dominasse bom senso.

domingo, fevereiro 26, 2006

Pedido de Desculpas Público a quem de direito 

Apesar de ter publicado neste "blog" artigos que atentam contra a liberdade jornalística e por isso ter sido criticado (finalmente!) por quem de direito, aproveito o mesmo espaço para pedir desculpas públicas e comunicar que, apesar da censura e perseguição a que foram sujeitos os bons jornalistas do jornal 24 horas, a publicação continua na senda da verdade dos factos e a fazer um grande serviço ao público de Portugal e, porque não dizê-lo, ao mundo lusófono por esse globo fora.
Heis a publicação de domingo:


in 24 Horas edição de domingo 26 de fevereiro de 2006

Espero que não se metam em sarilhos com o establishment depois de mais um artigo que atesta a demanda jornalística e extremo interesse público e que eu... muito vergonhosamente, cedo a admitir valor.
Badamerda...

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

O Homem do Poço 

14 jovens mataram um homem no porto, lançando-o depois para um poço de 10 metros de profundidade.
14 jovens mataram um brasileiro sem abrigo no porto, desfazendo-se do corpo num poço obscuro de 20 metros de profundeza.
14 jovens mataram um brasileiro sem abrigo moribundo travesti à pedrada, escondendo o cadáver num poço da morte (não confundir com o da feira popular).
Desde quando se tornou digno de jornalismo mais do que a frase inicial?
Tentar perceber os porquês de uma morte à pedrada? São atrasados mentais e assassinos.
Queremos realmente saber mais que isto?

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Só para Chatear 

A redacção do jornal 24 Horas foi tomada de assalto pela polícia a mando do ministério público no âmbito do caso do envelope 9 que envolve assuntos internos e supostamente sob investigação.
Esta foi uma notícia com bastante relevo no próprio jornal, que nunca foi mais popular nem ganhou tanto dinheiro. E em outros jornais que consideraram isto um grave atentado à liberdade jornalística.
Mas consideramos já a liberdade jornalistica como algo superior à liberdade cívica ou institucional? Não pois não? Então calem-se lá e voltem pro buraco. Transmitir notícias não vos dá o direito a imunidade perante a lei nem carta branca para divulgarem peças importantes em casos que não têm de ser do domínio público. Passam-se centenas de processos por debaixo da secretária, acreditem que ninguém quer saber tanto, e por aqui vemos que o melhor até é nem saber nada.
Ficaram sem pcs? Molestadores também, mas eles não têm jornais onde fazer queixinhas.
Isso e jornais a abrir que jornalistas foram mal tratados ou atacados... por favor... quando se formam em jornalismo dão-vos um capacete mágico para que nada nem ninguém vos possa atingir? Sujeitem-se.
Ah e obrigadinho pela Manuela Moura Guedes... só tiros no pé.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Sim... ok 

Estive a passear pelo site da Gotinha (ver link na barra do lado) e encontrei os momentos altos do ano de 2005 no mundo da Internet, e vi em primeiro lugar aquilo que os produtores norte-americanos consideraram uma gaffe, já que apagaram a sequência em retransmissões e em emissões em áreas onde o show só iria para o ar umas horas mais tarde. Era um rapper/produtor chamado Kanye West a comentar a ajuda governamental aos sobreviventes do furacão Katrina em Nova Orleães, referindo-se à maneira negligente como eram tratados os sobreviventes negros em oposição aos sobreviventes brancos. Culminando a sua intervenção afirmando que Bush não quer saber do povo negro.
Fui fazer uma pesquisa rápida e vim a descobrir que o mesmo afirmou mais tarde que deveria estar mencionado na bíblia e que estaria definitivamente nos próximos livros de história a serem editados. Não estou a inventar isto.
É um perfeito exemplo da importância que tem o veículo que carrega a verdade no encarar dessa verdade pelo povo em geral e o crucial que é saber quando nos calarmos segundos antes da megalomania se tornar demasiado evidente. Isto não tira a verdade à trampa de reacção do "governo" de Bush nem à descriminação racial. Só nos sugere é que rappers não são necessariamente bons porta-voz, mas volta e meia, sempre que há uma crise na comunidade negra, há sempre um ou outro na fila a falar de problemas sérios, enquanto perduram na memória relatos de tráfico de droga, prostituição, pornografia, ódio, violência, adultério e ameaças a outros rappers e demais brancos.
Não me parece certo..

  • Kanye West, o profeta

  • segunda-feira, fevereiro 13, 2006

    É Permitido Estarem em Silêncio 

    Vi hoje a capa do jornal Independente, com um grupo de supostos islâmicos a queimarem na estaca um homem com uma placa por cima que o identifica como cartoonista e um texto em baixo dizendo Somos Todos Dinamarqueses.
    Ora muito bem, vou supor que a posição aqui seja a de oposição às liberdades de imprensa que são negadas nesse tal grupo de pessoas, parece que são centenas de milhões ou lá que é... E a defesa da liberdade do cartoonista de expressar a sua "arte" é lançada com mais um cartoon estereotipado, em que os muçulmanos, empunhando espadas e cara de maus, tal como saem todos os dias à rua, não é assim? Defendem a sua dama atirando mais pedras àqueles que segundo a sua asserção devem ser algum bando de animais raivosos a quem chutaram os tomates, mas não com força suficiente para depois dar para fugir.
    Vou agora passar a pôr de lado a atitude etnocêntrica por detrás da formação de preconceitos, e vou esquecer também outro cartoon onde vi um muçulmano com cara de diabo e uma suástica ao peito a querer matar um judeu muito menor e de aspecto cândido e inocente, como de resto todo o povo israelita tem, nos intervalos das invasões arbitrárias e bombardeamentos a instalações progressistas denominadas militares. Vou esquecer também os preconceitos que têm os muçulmanos radicais em relação ao povo judeu, porque povos radicais era todo em fila para poupar balas, venham eles de que religião vierem. Vou esquecer tudo isto.
    E vou-me focar nos coitadinhos oprimidinhos chateadinhos jornalistas e os seus macaquinhos amestrados, os cartoonistas.
    Proponho um cartoon depictando as senhoras mães e irmãs e filhas destes senhores e senhoras, levando na real badajona por um bando de degenerados qualquer que no final procedem a esvaziar o seu conteúdo seminal onde bem calhar. Só para impacto visual.
    E depois no cantinho, a legenda-remate "viva a liberdade de expressão".
    Se calhar um pouco de mau gosto... mas considerando que para os muçulmanos, o profeta e seu Deus são mais importantes e intocáveis que qualquer animal sobre a terra, vai na volta ainda ficariam mais aborrecidos. Digo eu! Juntando a isto invasões arbitrárias e bombardeamentos por conveniência e tal... juntando se calhar reduções estereotipadas à categoria de ignorantes e bárbaros pela imprensa do mundo civilizado... se calhar gozar com o que de mais sagrado já vai um cadito de nada mais longe.
    E por amor de Deus não me venham dizer que ceder a isto abre um precedente, porque não há nada mais ignorante que dar uma chapada no leão e exigir que se cale porque o barulhito causa transtorno. Não estamos a falar no Clinton a ser comido na sala oval. Nem estamos a falar de casa pia. Estamos a falar numa religião ainda mais antiga que a cristandade, que exige ponta de respeito, senão sim... há-de haver uma altura em que o muçulmano será tudo aquilo que o fazem ser.
    Não me fodam mais com clamores pela liberdade de expressão. Sinceramente...

    quinta-feira, fevereiro 02, 2006

    E?... 

    Um gajo queixa-se da cobertura carniceira que as televisões fazem das guerras e desastre naturais, mas depois surge um elemento restabilizador que faz realmente pensar em outras idiotices que seriam elegíveis de passar na televisão.
    Duas mulheres que se querem casar só é idiotice passar na televisão, porque o casamento entre casais do mesmo sexo ainda é notícia estranha. Mais digna seria notícia de um casal hetero que se quisesse casar para tentar salvar a relação. Agora que duas pessoas que se julgam amar tentem a sua mão no casamento... qual é o alarido? Se nunca foi feito, foi falha nossa. Se não foi feito porque o casamento é algo sagrado, lá vou eu rebolar a rir até à ponta da rua, pensando nas facilidades que são dadas a qualquer casal de retirar a sua promessa de amor eterno à frente de Deus, por divórcio ou anulação do "contrato assinado entre duas pessoas". Esta expressão mete-me NOJO!!
    Nós não somos capazes o suficiente para assinar contratos com uma duração que tem o casamento porque as juras eternas são uma utopia lamechas potenciadas pela novidade e pela tesão. O sentimento não se mede quando está tudo contente, mede-se quando as duas partes se picam e ainda assim resolvem as diferenças. Não há garantias. Logo, não há garantias que os casamentos heteros sejam mais divinos ou sérios que os homossexuais porque partem exactamente do mesmo ponto ingénuo.
    Se é porque depois temos medo do que os casais que não podem procriar entre si vão exigir... não tenham. Porque mais vale entregar uma criança a dois drag-queens que ofereçam à criança um ambiente propício ao seu desenvolvimento que um lar onde esta é sistematicamente maltratada, violentada, abusada, explorada de maneiras que custa pensar. Tantas crianças a precisar de pais e tantas entregues a pais que só as querem pelo subsidio estatal...
    O asco sentido quando vemos crianças quebradas nunca deve ser menos grave que qualquer impressão que nos faça que a criança talvez cresça para ser... GLUP!... LIBERAL!!
    Querem casar? Pois que casem, com a condição de tentarem honestamente ser felizes. Que adoptem e criem lares de boa influência e mudem a vida a um ser no seu mais frágil.

    This page is powered by Blogger. Isn't yours?

    eXTReMe Tracker