sábado, maio 29, 2004
Rock in Ria-mos!
Uma das bandeiras publicitárias do Rock in Rio é a de fazer um mundo melhor.
Como?
Ouvindo música diversa e bebendo cerveja??
É uma tradição de ilusão que antecede concerteza, mas teve um ponto alto durante a "revolução" hippie dos anos 60 e principios de 70, quando "turn on, tune in and drop out" fazia perfeito sentido e todo o mundo gritava que a paz era possível enquanto sob efeito de psicadélicos.
Ora, para os menos atentos, o movimento hippie fracassou.
A guerra do Vietname não se desviou um centímetro da rota e a paz foi apenas alcançada quando tudo estava perdido e restava apenas a retirada para evitar um mal maior numa guerra que pura e simplesmente não podia ser ganha. Mas reclamaram para si a responsabilidade do fim do conflito.
A confiança humana na sua capacidade de actuar e modificar, rectificar o mundo em que vive, apesar de digna, é uma fantochada. Sejamos honestos! Acreditar que todos fazemos a nossa parte é um despaxo de consciência "daqui lavo eu as mãos" e não há nada de errado com isto! Todos fazemos por bem! Quanto mais não seja o próprio. Mas é uma ilusão!
Realismo mostra que a poluição vai continuar até ao fim, a maldade humana não tem limites, os escrúpulos conflitem com dinheiro, as guerras nunca terminarão!
Que nos resta então? Viver porquê se toda a iniciativa benemérita está condenada ao fracasso? Esperança. Sim, uma farsa, mas esperança... vive com a sua própria energia e não necessita de um facto que lhe dê validade no fim, tem simplesmente que estar lá!
Era isso que transmitiam os hippies. Era essa a sua ilusão.
E nada há de errado nisso.
Agora por favor... copy paste para promover concertos, interesses de multinacionais, venda de artigos, bebedeiras à fartazana, tudo em nome da PAZ?? Bah... não basta termos morto a possibilidade de a atingirmos inventando nações, temos também que atentar contra a esperança e credibilidade da noção?
Como?
Ouvindo música diversa e bebendo cerveja??
É uma tradição de ilusão que antecede concerteza, mas teve um ponto alto durante a "revolução" hippie dos anos 60 e principios de 70, quando "turn on, tune in and drop out" fazia perfeito sentido e todo o mundo gritava que a paz era possível enquanto sob efeito de psicadélicos.
Ora, para os menos atentos, o movimento hippie fracassou.
A guerra do Vietname não se desviou um centímetro da rota e a paz foi apenas alcançada quando tudo estava perdido e restava apenas a retirada para evitar um mal maior numa guerra que pura e simplesmente não podia ser ganha. Mas reclamaram para si a responsabilidade do fim do conflito.
A confiança humana na sua capacidade de actuar e modificar, rectificar o mundo em que vive, apesar de digna, é uma fantochada. Sejamos honestos! Acreditar que todos fazemos a nossa parte é um despaxo de consciência "daqui lavo eu as mãos" e não há nada de errado com isto! Todos fazemos por bem! Quanto mais não seja o próprio. Mas é uma ilusão!
Realismo mostra que a poluição vai continuar até ao fim, a maldade humana não tem limites, os escrúpulos conflitem com dinheiro, as guerras nunca terminarão!
Que nos resta então? Viver porquê se toda a iniciativa benemérita está condenada ao fracasso? Esperança. Sim, uma farsa, mas esperança... vive com a sua própria energia e não necessita de um facto que lhe dê validade no fim, tem simplesmente que estar lá!
Era isso que transmitiam os hippies. Era essa a sua ilusão.
E nada há de errado nisso.
Agora por favor... copy paste para promover concertos, interesses de multinacionais, venda de artigos, bebedeiras à fartazana, tudo em nome da PAZ?? Bah... não basta termos morto a possibilidade de a atingirmos inventando nações, temos também que atentar contra a esperança e credibilidade da noção?
quarta-feira, maio 26, 2004
Abençoada Maldita Multiplicação
Fui recentemente a uma missa e a um baptismo.
Estudante de Psicologia apreciei imenso os condicionalismos e automatismos da plateia sempre que a deixa era lançada pelo sacerdote e como estava com sono até foi bom para umas risotas.
Para quem não sabe, o propósito do baptismo é o nascimento da criança para Deus (ou para jesus, eles confundem-nos imenso) desta maneira expiando o pecado da fornicação, durante o qual a criança foi concebida.
Ora bem...
Qual pecado?
"Crescei e multiplicai-vos" não foi das primeiras coisas que nos disseram? Agora já é "crescei, multiplicai-vos, pedi desculpas e baptizai-vos"?
Só faltava agora sermos censurados por cumprir com a nossa obrigação e por ceder ao instinto reprodutor!
Compreendo que seja uma cerimónia religiosa, e que quem quer faz... mas e quem não quer e faz na mesma?
Falo de pessoas que se querem casar pela igreja para agradar aos mais idosos e têm de se baptizar para ir avante, aceitando um Deus ao qual nem ligam assim muito... eu cá, tu lá.
E as criancinhas que ao nascer são baptizadas? E as crianças que são coagidas por histórias terríveis de infernos e torturas caso não façam a vontade aos avózinhos?
Baptizar à nascença é um pouco como fazer o puto sócio do Benfica. Nada o impede de mudar de clube, mas porra... porque raio assumir que a escolha pode ser feita por ele? A religião não é algo que tem de ser aceite pela própria determinação da pessoa? Afinal a alma é dela!!
Sexo não é sujo... bebés não são sujos...
Mania de tornarem exclusivo o seu clubezinho pah...
Estudante de Psicologia apreciei imenso os condicionalismos e automatismos da plateia sempre que a deixa era lançada pelo sacerdote e como estava com sono até foi bom para umas risotas.
Para quem não sabe, o propósito do baptismo é o nascimento da criança para Deus (ou para jesus, eles confundem-nos imenso) desta maneira expiando o pecado da fornicação, durante o qual a criança foi concebida.
Ora bem...
Qual pecado?
"Crescei e multiplicai-vos" não foi das primeiras coisas que nos disseram? Agora já é "crescei, multiplicai-vos, pedi desculpas e baptizai-vos"?
Só faltava agora sermos censurados por cumprir com a nossa obrigação e por ceder ao instinto reprodutor!
Compreendo que seja uma cerimónia religiosa, e que quem quer faz... mas e quem não quer e faz na mesma?
Falo de pessoas que se querem casar pela igreja para agradar aos mais idosos e têm de se baptizar para ir avante, aceitando um Deus ao qual nem ligam assim muito... eu cá, tu lá.
E as criancinhas que ao nascer são baptizadas? E as crianças que são coagidas por histórias terríveis de infernos e torturas caso não façam a vontade aos avózinhos?
Baptizar à nascença é um pouco como fazer o puto sócio do Benfica. Nada o impede de mudar de clube, mas porra... porque raio assumir que a escolha pode ser feita por ele? A religião não é algo que tem de ser aceite pela própria determinação da pessoa? Afinal a alma é dela!!
Sexo não é sujo... bebés não são sujos...
Mania de tornarem exclusivo o seu clubezinho pah...
segunda-feira, maio 24, 2004
Bom Senso Bloggístico
Professo o meu ódio de estimação pelos comments deixados nos blogs que, evitando por completo o assunto em discussão (ou desabafo) fazem questão de introduzir as suas palavras mais aperaltadas que só usam quando se querem fazer parecer cultos e palavras demais que são claramente piegas, dedicadas à sedução (de forma triste) de adolescentes dependentes de telenovelas e galãs brasileiros que falam "coisa bonita".
ARGH!!!!!!!
Os blogs são depósitos de ideias dos autores. Ao deixar neles ideias claramente elaboradas, demonstrações de talentos (ou falta deles) é um desrespeito para com a pessoa e, de facto, um desrespeito da própria pessoa, pois usou o pretexto de um desabafo alheio para se projectar.
Compreendo que asnos existam que se usem dos comments para gozar, mas para se exibirem e fazer publicidade ao seu próprio blog é do mais reles que há. SUAS BESTAS!!
Uma coisa é visitar blogs e deixar comentários honestos para que, em retorno de cortesia, serem também eles visitados, mas essa é a essência de uma partilha. Conta-me as tuas ideias que eu contar-te-ei as minhas.
Haja moral bloggistica!
ARGH!!!!!!!
Os blogs são depósitos de ideias dos autores. Ao deixar neles ideias claramente elaboradas, demonstrações de talentos (ou falta deles) é um desrespeito para com a pessoa e, de facto, um desrespeito da própria pessoa, pois usou o pretexto de um desabafo alheio para se projectar.
Compreendo que asnos existam que se usem dos comments para gozar, mas para se exibirem e fazer publicidade ao seu próprio blog é do mais reles que há. SUAS BESTAS!!
Uma coisa é visitar blogs e deixar comentários honestos para que, em retorno de cortesia, serem também eles visitados, mas essa é a essência de uma partilha. Conta-me as tuas ideias que eu contar-te-ei as minhas.
Haja moral bloggistica!
sábado, maio 22, 2004
Crianças para Sempre
Salvo profundas transformações, é na infância (até mais que na adolescência) que determinamos as atitudes perante os objectivos que traçamos para nós, as expectativas que temos dos que prezamos e o lugar no mundo que desejamos.
É também nessa altura que recebemos a grande parte dos afectos, que somos o centro das atenções, que temos as nossas exigências e birras, que por sua vez afectarão o modo como encaramos a frustração causada por um obstáculo ou um desejo não cumprido.
Apesar de nos olharmos na fase adulta como membros mais evoluídos que as crianças, a verdade é que as atitudes que visam a satisfação das vontades, a fixação num objectivo e todas as birras que advêm da não concretização desses, se mantêm connosco, se bem que de maneira mais reprimida e socialmente aceite.
Parecemos nunca saír daquele estágio em que o objectivo imediato ou trará a satisfação ou a frustração, para nos colocarmos num plano intermédio em que tomamos consciência de que nem todos os nossos desejos podem ser realizados, e viver pacíficamente com esse facto. A ambição, por muito que a queiramos enobrecer, é exactamente uma manifestação de uma implicação do sujeito de forma criativa para atingir um objectivo à partida fora de alcance. Uma criança, com menos poder de acção faria uma birra. O adulto age. Mas o princípio que o move é de facto primário.
A necessidade que uma pessoa tem de se sentir amado, como um dia o fôra pelos pais ou familiares, ressurge na vida adulta como uma necessidade amorosa e o sentimento por detrás da vontade de constituir família. E na realidade, floreados àparte, queremos atenção, queremos os mimos, queremos sentir que alguém é obsecado pelo nosso bem-estar.
Chamemos-lhe.... amor.
A necessidade desta vinculação leva a uma má interpretação de uma relação mais próxima, confundindo-a com esse amor que desejamos para nós. Tornando-nos fixados não pela pessoa, mas pela urgência de amar alguém, de ter alguém que o siga com um sorriso e uma mão para segurar qualquer queda, tal como o fizeram em tempos os nossos familiares.
É também nessa altura que recebemos a grande parte dos afectos, que somos o centro das atenções, que temos as nossas exigências e birras, que por sua vez afectarão o modo como encaramos a frustração causada por um obstáculo ou um desejo não cumprido.
Apesar de nos olharmos na fase adulta como membros mais evoluídos que as crianças, a verdade é que as atitudes que visam a satisfação das vontades, a fixação num objectivo e todas as birras que advêm da não concretização desses, se mantêm connosco, se bem que de maneira mais reprimida e socialmente aceite.
Parecemos nunca saír daquele estágio em que o objectivo imediato ou trará a satisfação ou a frustração, para nos colocarmos num plano intermédio em que tomamos consciência de que nem todos os nossos desejos podem ser realizados, e viver pacíficamente com esse facto. A ambição, por muito que a queiramos enobrecer, é exactamente uma manifestação de uma implicação do sujeito de forma criativa para atingir um objectivo à partida fora de alcance. Uma criança, com menos poder de acção faria uma birra. O adulto age. Mas o princípio que o move é de facto primário.
A necessidade que uma pessoa tem de se sentir amado, como um dia o fôra pelos pais ou familiares, ressurge na vida adulta como uma necessidade amorosa e o sentimento por detrás da vontade de constituir família. E na realidade, floreados àparte, queremos atenção, queremos os mimos, queremos sentir que alguém é obsecado pelo nosso bem-estar.
Chamemos-lhe.... amor.
A necessidade desta vinculação leva a uma má interpretação de uma relação mais próxima, confundindo-a com esse amor que desejamos para nós. Tornando-nos fixados não pela pessoa, mas pela urgência de amar alguém, de ter alguém que o siga com um sorriso e uma mão para segurar qualquer queda, tal como o fizeram em tempos os nossos familiares.
segunda-feira, maio 17, 2004
A Morte da Moda
A histeria em massa fez-me descer mais um degrau na minha humanidade.
Ao ver o espectáculo público que foi ver Fehér caír moribundo no relvado, senti o choque que todos sentiram. Ao saber que Rui Baião tivera ataques cardíacos e estava em coma também tive pena do rapaz, apenas 18 anos afinal.
As mortes são quase sempre trágicas.
Mas porque raio devo eu ter pena da morte de pessoas que não conheço?
Que razão têm as pessoas que vejo chorar no funeral de jogadores, que enquanto pessoas, nunca foram conhecidos pelas suas carpideiras?
Que têm as figuras públicas a mais que mereçam ser choradas? Estamos tão convencidos que nos pertencem de facto e que as conhecemos como a alguns do nossos mais "choráveis" familiares?
Na ânsia pela familiarização, pela socialização, parece que nos convencemos a sofrer a dor de pessoas que nos convencemos conhecer. Já com o Carlos Cruz (de principio) toda a gente metia as mãos no fogo que aquele que conheciam à tanto tempo não se metia nisso, mas porque raio achamos nós que conhecemos toda a gente em que metemos os olhos??
Porque hei-de eu chorar por quem nunca conheci?!
Mais asqueroso ainda é a culpabilização generalizada a todos aqueles que simplificam a morte das figuras públicas a simples "e depois?". Não temos coração, somos insensíveis, ingratos...! Mas que conversas tive eu com os que morreram? Que laços estabeleci? Não tenho mais vida em comum com eles que com um pobre coitado que tenha sido abatido por uma bala perdida na faixa de gaza ou um outro que se tenha engasgado num osso de galinha. Não os conheço, não sinto nada por eles!
Porque devo eu ser criticado por ser realista??
Se fosse a seguir o mesmo padrão de comportamento com alguma seriedade, nunca deixava de chorar, porque há sempre pessoas por quem chorar!
Chorar pelas crianças a morrer de fome e de doenças banais entre nós? Não!! Vamos chorar por quem não conhecemos mas tá na TVI ou SIC ou RTP ou rai' que ta parta!
Não é o acrescer do sentimento pela morte é a banalização a uma escala mundial.
De olhos fechados muy pouco se vê.
Ao ver o espectáculo público que foi ver Fehér caír moribundo no relvado, senti o choque que todos sentiram. Ao saber que Rui Baião tivera ataques cardíacos e estava em coma também tive pena do rapaz, apenas 18 anos afinal.
As mortes são quase sempre trágicas.
Mas porque raio devo eu ter pena da morte de pessoas que não conheço?
Que razão têm as pessoas que vejo chorar no funeral de jogadores, que enquanto pessoas, nunca foram conhecidos pelas suas carpideiras?
Que têm as figuras públicas a mais que mereçam ser choradas? Estamos tão convencidos que nos pertencem de facto e que as conhecemos como a alguns do nossos mais "choráveis" familiares?
Na ânsia pela familiarização, pela socialização, parece que nos convencemos a sofrer a dor de pessoas que nos convencemos conhecer. Já com o Carlos Cruz (de principio) toda a gente metia as mãos no fogo que aquele que conheciam à tanto tempo não se metia nisso, mas porque raio achamos nós que conhecemos toda a gente em que metemos os olhos??
Porque hei-de eu chorar por quem nunca conheci?!
Mais asqueroso ainda é a culpabilização generalizada a todos aqueles que simplificam a morte das figuras públicas a simples "e depois?". Não temos coração, somos insensíveis, ingratos...! Mas que conversas tive eu com os que morreram? Que laços estabeleci? Não tenho mais vida em comum com eles que com um pobre coitado que tenha sido abatido por uma bala perdida na faixa de gaza ou um outro que se tenha engasgado num osso de galinha. Não os conheço, não sinto nada por eles!
Porque devo eu ser criticado por ser realista??
Se fosse a seguir o mesmo padrão de comportamento com alguma seriedade, nunca deixava de chorar, porque há sempre pessoas por quem chorar!
Chorar pelas crianças a morrer de fome e de doenças banais entre nós? Não!! Vamos chorar por quem não conhecemos mas tá na TVI ou SIC ou RTP ou rai' que ta parta!
Não é o acrescer do sentimento pela morte é a banalização a uma escala mundial.
De olhos fechados muy pouco se vê.
sábado, maio 15, 2004
Politicamente Correcto
Quando os políticos nos pedem uma maioria absoluta, oferecem como justificativo o facto de uma oposição poderosa poder frustrar todas as propostas que o governo eleito apresentar, solemente para o tornar ineficaz e sabotar o seu trabalho de maneira a perder as próximas eleições para um grupo de indivíduos que na sua lista recente de feitos se encontra a virtude de desdizer e criticar.
Parece portanto que a maioria absoluta é a única maneira de fazer o país andar.
Mas em que direcção?
A maioria absoluta faz com que o número superior dos deputados passe qualquer proposta que o primeiro ministro e o seu gabinete entenderem. O que temos é portanto uma DITADURA que dura 4 anos!
De facto a única coisa que impede que isto seja real é el presidente poder dissolver a assembleia. Mas e se o presidente fôr militante do mesmo partido que está no poder?
O actual modelo governativo é uma piada perigosa.
Quanto conhecemos nós realmente os que nos governam senão confiando naquilo que nos dizem? Que capacidades possuem estas pessoas que não a de se fazerem militantes do mesmo partido do primeiro ministro e tratarem-no pelo primeiro nome?
Os ministros das diversas pastas deviam ser, independentemente da sua cor partidária, as entidades mais conceituadas a nível nacional dentro dessa área de especialidade! Não um advogado que aprende rápido como as coisas se fazem, mas uma pessoa que conhece a matéria com a qual tem de lidar e se rodeia de pessoas que fazem o mesmo, independentemente de serem seus melhores amigos ou não!
A democracia é uma TRETA!!!
É mais uma maneira de fazer o cidadão normal se sentir especial por ter algo a dizer no rumo do país. E todos sabemos que também isso é uma utopia ridícula! Uma masturbação do ego que depois do climax do voto vê que as coisas não eram bem daquela maneira, e todos gritam ter sido enganados, quando a ilusão era algo que já tinha sido repetida vezes e vezes sem conta.
As autoridades nas diversas áreas são as únicas com qualificações para nos liderarem. Esta é a coisa mais óbvia do mundo, mas aquela ilusão de liberdade continua a seduzir... e poder para os políticos não é coisa para ser desperdiçada nos outros.
Parece portanto que a maioria absoluta é a única maneira de fazer o país andar.
Mas em que direcção?
A maioria absoluta faz com que o número superior dos deputados passe qualquer proposta que o primeiro ministro e o seu gabinete entenderem. O que temos é portanto uma DITADURA que dura 4 anos!
De facto a única coisa que impede que isto seja real é el presidente poder dissolver a assembleia. Mas e se o presidente fôr militante do mesmo partido que está no poder?
O actual modelo governativo é uma piada perigosa.
Quanto conhecemos nós realmente os que nos governam senão confiando naquilo que nos dizem? Que capacidades possuem estas pessoas que não a de se fazerem militantes do mesmo partido do primeiro ministro e tratarem-no pelo primeiro nome?
Os ministros das diversas pastas deviam ser, independentemente da sua cor partidária, as entidades mais conceituadas a nível nacional dentro dessa área de especialidade! Não um advogado que aprende rápido como as coisas se fazem, mas uma pessoa que conhece a matéria com a qual tem de lidar e se rodeia de pessoas que fazem o mesmo, independentemente de serem seus melhores amigos ou não!
A democracia é uma TRETA!!!
É mais uma maneira de fazer o cidadão normal se sentir especial por ter algo a dizer no rumo do país. E todos sabemos que também isso é uma utopia ridícula! Uma masturbação do ego que depois do climax do voto vê que as coisas não eram bem daquela maneira, e todos gritam ter sido enganados, quando a ilusão era algo que já tinha sido repetida vezes e vezes sem conta.
As autoridades nas diversas áreas são as únicas com qualificações para nos liderarem. Esta é a coisa mais óbvia do mundo, mas aquela ilusão de liberdade continua a seduzir... e poder para os políticos não é coisa para ser desperdiçada nos outros.
quinta-feira, maio 13, 2004
War sucks and so do YOU!
Guerra é a puta da guerra.
Recentes notícias de torturas no Iraque parece que vieram lembrar às pessoas o que afinal de contas é a guerra. Enquanto eles só se matavam, explodiam e trocidavam, tudo estava nos conformes, agora humilhação? Mostrar a pilinha dos senhores? CRUZES!! A guerra afinal é um inferno!!
Um sinal dos tempos...
Matar ainda vá lá que não vá... agora estes raptos todos...
Não sei que ideia é que as pessoas tinham das guerras!
Como é que o inimigo ripostar e matar os soldados americanos constitui de repente um motivo para eles alçarem dali para fora? Guerra sim, mas só enquanto nós tivermos a ganhar? Guerra sim, mas pára o baile se algum se magoar?
Sejam brutos, mas coerentes!!
De alguma vez os governos vão recuar para ceder à libertação de 1 pessoa? Ou 5? Ou 10? Nunca é intenção dos terroristas verem as suas exigências satisfeitas, é guerra psicológica pura e simples, clara e cristalina! Não pretende acabar a guerra, pretende desmoralizar o inimigo para que este seja menos eficiente e atingir a opinião pública que (otários) pensam que a campanha militar é feita de vitórias e de fotografias junto ao espólio iraquiano!
Convenções internacionais? NUMA GUERRA?? Ridículo...
Recentes notícias de torturas no Iraque parece que vieram lembrar às pessoas o que afinal de contas é a guerra. Enquanto eles só se matavam, explodiam e trocidavam, tudo estava nos conformes, agora humilhação? Mostrar a pilinha dos senhores? CRUZES!! A guerra afinal é um inferno!!
Um sinal dos tempos...
Matar ainda vá lá que não vá... agora estes raptos todos...
Não sei que ideia é que as pessoas tinham das guerras!
Como é que o inimigo ripostar e matar os soldados americanos constitui de repente um motivo para eles alçarem dali para fora? Guerra sim, mas só enquanto nós tivermos a ganhar? Guerra sim, mas pára o baile se algum se magoar?
Sejam brutos, mas coerentes!!
De alguma vez os governos vão recuar para ceder à libertação de 1 pessoa? Ou 5? Ou 10? Nunca é intenção dos terroristas verem as suas exigências satisfeitas, é guerra psicológica pura e simples, clara e cristalina! Não pretende acabar a guerra, pretende desmoralizar o inimigo para que este seja menos eficiente e atingir a opinião pública que (otários) pensam que a campanha militar é feita de vitórias e de fotografias junto ao espólio iraquiano!
Convenções internacionais? NUMA GUERRA?? Ridículo...
terça-feira, maio 11, 2004
Os Pecados da Religião
Para agnósticos e ateus o plural de religião será sempre religião. Pela mesma razão que algo só pode ser certo ou errado, seja quais forem as palavras para designar as duas opções. Nem o islão, nem o catolicismo, nem o judaísmo, visto todas estas se basearem em acontecimentos milenares que não sendo reproduzidos actualmente, perderam a sua base nas areias.
Escrituras constituem a prova de vida e obra de velhos profetas, com os quais nem o mais fervoroso crente teve alguma vez contacto, mas que espera vir a ter na pós-vida. Justo será portanto dizer que toda a sua acção tem como finalidade uma recompensa no mundo além e visto desta maneira, toda a boa acção espera uma retribuição, o que aparentemente a deveria corromper, mas dizem-nos... não.
Esta perda de profetas actuais debilita a religião, torna-a sujeita a interpretações cada vez mais elaboradas e outras interpretações delas derivadas e de autores errados citando autores mal informados citando escrituras mal traduzidas... enfim. Que grande e divino o erro de Deus ao colocar a religião no controlo dos homens.
Não admira pois que o número de militantes venha a diminuir. Não nos é pedido para acreditar na palavra de um Deus, mas na palavra de homens que o julgam conhecer! E todos os dias os padres violam, roubam, ameaçam e ridicularizam o homem. Quem senão os desesperados e medrosos caírão na sua conversa? O desespero e o medo precipitam a crença, coisa gigante suportada num castelo de cartas tremeliqueiro, tão inseguro que quando cai, a todos afasta. A fé não devia ser obra do medo. A religião não devia ser o culto do medo nem do "porque sim".
Se de alguma coisa podem ser acusados os infidelis é de pensarem por si e sobre o carácter dos homens que lhes tentam impingir o lote no céu.
O homem é o único animal capaz de ser tudo. Como poderíamos nós depositar na mão de outro uma coisa tão definitiva quanto o nosso futuro e o nosso olhar sobre esse futuro?
Qualquer religião que não permita a um homem (ou mulher) olhar para ela à sua maneira não merece prevalecer.
Pedimos dinheiro, companhia, saúde... e dinheiro para o outro? Não é a máxima da religião o amor ao próximo? Qualquer homem que use a religião para seu exclusivo proveito atenta contra ela.
Qualquer beata que depois da missa corte na manta das companheiras beatas, duvidando do seu luto, do seu carácter, da sua determinação, devia ser expulsa do local de culto, pois presta um mau serviço à religião que representa.
A religião é esperança e serenidade... quem queira envergar as cores, que se converta totalmente ou de todo.
Escrituras constituem a prova de vida e obra de velhos profetas, com os quais nem o mais fervoroso crente teve alguma vez contacto, mas que espera vir a ter na pós-vida. Justo será portanto dizer que toda a sua acção tem como finalidade uma recompensa no mundo além e visto desta maneira, toda a boa acção espera uma retribuição, o que aparentemente a deveria corromper, mas dizem-nos... não.
Esta perda de profetas actuais debilita a religião, torna-a sujeita a interpretações cada vez mais elaboradas e outras interpretações delas derivadas e de autores errados citando autores mal informados citando escrituras mal traduzidas... enfim. Que grande e divino o erro de Deus ao colocar a religião no controlo dos homens.
Não admira pois que o número de militantes venha a diminuir. Não nos é pedido para acreditar na palavra de um Deus, mas na palavra de homens que o julgam conhecer! E todos os dias os padres violam, roubam, ameaçam e ridicularizam o homem. Quem senão os desesperados e medrosos caírão na sua conversa? O desespero e o medo precipitam a crença, coisa gigante suportada num castelo de cartas tremeliqueiro, tão inseguro que quando cai, a todos afasta. A fé não devia ser obra do medo. A religião não devia ser o culto do medo nem do "porque sim".
Se de alguma coisa podem ser acusados os infidelis é de pensarem por si e sobre o carácter dos homens que lhes tentam impingir o lote no céu.
O homem é o único animal capaz de ser tudo. Como poderíamos nós depositar na mão de outro uma coisa tão definitiva quanto o nosso futuro e o nosso olhar sobre esse futuro?
Qualquer religião que não permita a um homem (ou mulher) olhar para ela à sua maneira não merece prevalecer.
Pedimos dinheiro, companhia, saúde... e dinheiro para o outro? Não é a máxima da religião o amor ao próximo? Qualquer homem que use a religião para seu exclusivo proveito atenta contra ela.
Qualquer beata que depois da missa corte na manta das companheiras beatas, duvidando do seu luto, do seu carácter, da sua determinação, devia ser expulsa do local de culto, pois presta um mau serviço à religião que representa.
A religião é esperança e serenidade... quem queira envergar as cores, que se converta totalmente ou de todo.
sábado, maio 08, 2004
Quando deixar partir
Importância de figuras como os nosso pais deve ser primeiro posta de parte antes do início deste texto.
Acima de tudo são homens e mulheres, cujo processo de desmistificação começou para a maioria durante a nossa puberdade em que constatamos que nem tudo podem ou conseguem. Este processo deve continuar até encontrar um plano de igualdade que nos coloque lado a lado com eles, para que para além de os compreender enquanto seus filhos, percebamos o que os faz humanos.
É agora que devemos entender o porquê das birras e restricções, e analisando algumas das coisas que nos forçaram, chegamos à conclusão de que, de facto, não estavam preparados para lidar connosco. Na infância tudo é mais ou menos directo, mas chega ali a uma fase estranha em que tudo muda relativamente rápido, e o seu papel na nossa vida torna-se confuso. Os amigos tomam o lugar dos heróis e confidentes. E um posto começa a perder-se, o controlo começa a tremer e os pais a segurar ainda com mais força, com medo. Não que nos queiram impedir de tornar indivíduos. Mas depois de 15 anos em que toda a nossa vida lhes passava pelas mãos, perder de repente as rédeas é um pouco desorientador. Não admira pois que as tentem segurar bruscamente, procurando adiar o inevitável: a partida.
Os conflitos da adolescência, especialmente o final, provém não só do ajuste do jovem ao mundo mas ao ajuste dos pais aos filhos adultos e ao papel que passarão a desempenhar na vida desse indivíduo. Adultos são as outras pessoas, os filhos e filhas serão sempre crianças aos olhos dos pais e pensar neles de outra maneira é um sinal do fim de uma era e do começo de uma outra, em tudo misteriosa, em que o ninho é abandonado e a vida retoma o número 2 intercalado por visitas invariávelmente nostálgicas.
Não admira que fiquem confusos. Não admira o conflito de duas pessoas confusas que puxam cada uma para seu lado, uma a tentar orientar o desorientado e outro a tentar fugir do inescapável.
Estes laços não serão quebrados, mas não podem ser iguais indefinidamente.
É curioso o balancear da desmistificação dos pais e a mistificação dos filhos.
Acima de tudo são homens e mulheres, cujo processo de desmistificação começou para a maioria durante a nossa puberdade em que constatamos que nem tudo podem ou conseguem. Este processo deve continuar até encontrar um plano de igualdade que nos coloque lado a lado com eles, para que para além de os compreender enquanto seus filhos, percebamos o que os faz humanos.
É agora que devemos entender o porquê das birras e restricções, e analisando algumas das coisas que nos forçaram, chegamos à conclusão de que, de facto, não estavam preparados para lidar connosco. Na infância tudo é mais ou menos directo, mas chega ali a uma fase estranha em que tudo muda relativamente rápido, e o seu papel na nossa vida torna-se confuso. Os amigos tomam o lugar dos heróis e confidentes. E um posto começa a perder-se, o controlo começa a tremer e os pais a segurar ainda com mais força, com medo. Não que nos queiram impedir de tornar indivíduos. Mas depois de 15 anos em que toda a nossa vida lhes passava pelas mãos, perder de repente as rédeas é um pouco desorientador. Não admira pois que as tentem segurar bruscamente, procurando adiar o inevitável: a partida.
Os conflitos da adolescência, especialmente o final, provém não só do ajuste do jovem ao mundo mas ao ajuste dos pais aos filhos adultos e ao papel que passarão a desempenhar na vida desse indivíduo. Adultos são as outras pessoas, os filhos e filhas serão sempre crianças aos olhos dos pais e pensar neles de outra maneira é um sinal do fim de uma era e do começo de uma outra, em tudo misteriosa, em que o ninho é abandonado e a vida retoma o número 2 intercalado por visitas invariávelmente nostálgicas.
Não admira que fiquem confusos. Não admira o conflito de duas pessoas confusas que puxam cada uma para seu lado, uma a tentar orientar o desorientado e outro a tentar fugir do inescapável.
Estes laços não serão quebrados, mas não podem ser iguais indefinidamente.
É curioso o balancear da desmistificação dos pais e a mistificação dos filhos.
sexta-feira, maio 07, 2004
Julgar não Julgar
Julgar é uma maneira de exercer o domínio sobre o próximo, sem a intenção explícita de o mudar.
Gostaríamos de pensar, entre outras coisas que somos capazes de permanecer observadores impávidos e imparciais do comportamento do outro, outros há que tomam orgulho em jogar à cara tudo quanto lhes passa pela cabeça, esperando que isso lhes confira seriedade e sobriedade acima de todos os artifícios.
Ambas as posições são correctas, no sentido que ambas têm de ser aceites.
Uma por ser perfeita, outra por ser inevitável.
A perfeita admite pois que todos somos diferentes e as acções do outro não podem ser julgadas por alguém que não habite o seu mundo e não conheça a história dele. Admite a individualidade de cada um e a impossibilidade de cobrir todo o ser humano à face da terra com um modelo único indisputável, e então a única coisa que resta é aceitar toda a regra e a todos agradar. Viver e deixar viver. Isto é utopia. Isto é liberdade no extremo. Isto é anarquia.
Há razões para as regras.
Quem somos para julgar? Na individualidade ninguém, mas sem o indivíduo não há sociedade.(e vice versa)
Para além de dever, chega a consciência da inevitabilidade do julgamento. Não somos capazes de viver em sociedade sem julgar, pelo simples motivo que... somos julgados! Ridículo... mas somos assim.
Ao ser julgados sentimo-nos no direito de outros julgar, eles a nós and so on and so forth.
Para além de que nunca poderemos avaliar-nos ou fazer-nos sobressair senão comparando-nos (julgar por analogia) com outros e fazer deles menos que nós. Podemos nem o fazer de maneira tão directa quanto esta, mas que lá chegamos... disso não há dúvida. Actos que censuramos são um julgamento dos valores do outros quando comparados com os nossos, e os nossos prevalecem. Ou não.
Não pretendo chegar à barbárie de dizer que estamos sempre certos ou que sempre nos enganamos (uns o farão mais que outros) há alturas, é claro, que cedemos e aceitamos outras ideias como certas... em comparação com as nossas ou com outras que tomamos como verdadeiras, e de facto, passaram a ser as nossas verdades. Não se percam... o que quero dizer é que mesmo quando cedemos a nossa posição estamos a julgar........-nos!
Mesmo os que são apologistas de uma sociedade sem regras passam os que as seguem por carneiros a caminho do matadouro, o que é o mesmo que dizer que os julgam, segundo as suas próprias regras.
Quem sou eu para julgar?... sou todos!
Há um meio termo que não parecemos capazes de atingir, mas mérito seja dado aos que mesmo assim tentam. I salute YOU!
Gostaríamos de pensar, entre outras coisas que somos capazes de permanecer observadores impávidos e imparciais do comportamento do outro, outros há que tomam orgulho em jogar à cara tudo quanto lhes passa pela cabeça, esperando que isso lhes confira seriedade e sobriedade acima de todos os artifícios.
Ambas as posições são correctas, no sentido que ambas têm de ser aceites.
Uma por ser perfeita, outra por ser inevitável.
A perfeita admite pois que todos somos diferentes e as acções do outro não podem ser julgadas por alguém que não habite o seu mundo e não conheça a história dele. Admite a individualidade de cada um e a impossibilidade de cobrir todo o ser humano à face da terra com um modelo único indisputável, e então a única coisa que resta é aceitar toda a regra e a todos agradar. Viver e deixar viver. Isto é utopia. Isto é liberdade no extremo. Isto é anarquia.
Há razões para as regras.
Quem somos para julgar? Na individualidade ninguém, mas sem o indivíduo não há sociedade.(e vice versa)
Para além de dever, chega a consciência da inevitabilidade do julgamento. Não somos capazes de viver em sociedade sem julgar, pelo simples motivo que... somos julgados! Ridículo... mas somos assim.
Ao ser julgados sentimo-nos no direito de outros julgar, eles a nós and so on and so forth.
Para além de que nunca poderemos avaliar-nos ou fazer-nos sobressair senão comparando-nos (julgar por analogia) com outros e fazer deles menos que nós. Podemos nem o fazer de maneira tão directa quanto esta, mas que lá chegamos... disso não há dúvida. Actos que censuramos são um julgamento dos valores do outros quando comparados com os nossos, e os nossos prevalecem. Ou não.
Não pretendo chegar à barbárie de dizer que estamos sempre certos ou que sempre nos enganamos (uns o farão mais que outros) há alturas, é claro, que cedemos e aceitamos outras ideias como certas... em comparação com as nossas ou com outras que tomamos como verdadeiras, e de facto, passaram a ser as nossas verdades. Não se percam... o que quero dizer é que mesmo quando cedemos a nossa posição estamos a julgar........-nos!
Mesmo os que são apologistas de uma sociedade sem regras passam os que as seguem por carneiros a caminho do matadouro, o que é o mesmo que dizer que os julgam, segundo as suas próprias regras.
Quem sou eu para julgar?... sou todos!
Há um meio termo que não parecemos capazes de atingir, mas mérito seja dado aos que mesmo assim tentam. I salute YOU!