sexta-feira, julho 30, 2004
Em Nó de Correr
Amar uma mulher e desejar um número indeterminado de outras são situações não conciliáveis.
Porque não?
Dizem-nos que aceitando uma mulher para nossa, recusamos todas as outras, mas recusamos olhá-las ou recusamos tomá-las? É que são coisas diferentes, mas são proibidas, ainda que a diferentes gravidades, pela mesma razão, como se desejar e concretizar fossem o mesmo, um o antecedente e outro o precendente inescapável.
Tivessemos nós o azar de conseguir tudo o que desejamos!
Quem diz mulher diz homem, atenção que não somos diferentes nas nossas inseguranças.
É fundamental perceber que apreciar outras mulheres é um processo saudável numa relação monogâmica. Permite comparar a companheira com as demais e através dessa observação definir se é de facto aquela a relação que se pretende, valorizando-a ainda mais, ou desistindo tão cedo quanto entender que nada resultará dali. Isto, claro, assumindo que a relação é encetada com alguma seriedade e não apenas uma queca e um café. Sobre isso fala-se àparte.
O medo da perda, sempre existente em que grau fôr, prende a pessoa com quem estamos. Se a curiosidade que sentimos é aceite como inofensiva por nós, porque não assumir que pode também ser para a pessoa em quem mais devemos confiar (riscos aceites)?
De nós sabemos. Mas no outro podemos confiar. E se não pudermos... foi um teste chumbado.
Se não conseguimos, o problema parte de nós, e a nós encontra a culpa.
Arriscar confiar, arriscar perder para poder ganhar. (té rima...)
Porque não?
Dizem-nos que aceitando uma mulher para nossa, recusamos todas as outras, mas recusamos olhá-las ou recusamos tomá-las? É que são coisas diferentes, mas são proibidas, ainda que a diferentes gravidades, pela mesma razão, como se desejar e concretizar fossem o mesmo, um o antecedente e outro o precendente inescapável.
Tivessemos nós o azar de conseguir tudo o que desejamos!
Quem diz mulher diz homem, atenção que não somos diferentes nas nossas inseguranças.
É fundamental perceber que apreciar outras mulheres é um processo saudável numa relação monogâmica. Permite comparar a companheira com as demais e através dessa observação definir se é de facto aquela a relação que se pretende, valorizando-a ainda mais, ou desistindo tão cedo quanto entender que nada resultará dali. Isto, claro, assumindo que a relação é encetada com alguma seriedade e não apenas uma queca e um café. Sobre isso fala-se àparte.
O medo da perda, sempre existente em que grau fôr, prende a pessoa com quem estamos. Se a curiosidade que sentimos é aceite como inofensiva por nós, porque não assumir que pode também ser para a pessoa em quem mais devemos confiar (riscos aceites)?
De nós sabemos. Mas no outro podemos confiar. E se não pudermos... foi um teste chumbado.
Se não conseguimos, o problema parte de nós, e a nós encontra a culpa.
Arriscar confiar, arriscar perder para poder ganhar. (té rima...)
quarta-feira, julho 28, 2004
Política para que te Quero?
Quem não vota não tem o direito de se queixar do governo que tem.
Porque se não vota é porque não lhe interessa o rumo do país, logo é-lhe indiferente o rumo, à direita ou à esquerda, claro é que nada tem para se queixar, já que fica provado, que se um ou outro lhe serve, uma ou outra situação também lhe servirá.
Agora... antes de votar olhar para o bolso vazio e decidir-se pelo principal partido da oposição é que é burrice pura e um pontapé nos baloiços de quem lutou pelo fim da ditadura e a instauração da democracia em Portugal. Isto é o povo de olhos vendados a ir contra a parede e dizer "esta não, que dói. Deve ser a outra" a cada eleição que por aí vem. É bem sabido que quando as coisas estão mal a culpa é do outro, e é verdade que às vezes eles próprios encorajam, mas tomemos responsabilidades pelos nossos erros em vez de apontar para o lado. Mas claro... é a saída fácil e descomprometedora.
Entende-se também este saltitar de eleição para eleição, já que a maioria não tem tanto uma cor partidária como tem um conjunto de ideologias do género "não me chateem e dêem-me dinheiro" e quando as coisas correm mal...
E a culpa, pasme-se, é do governo. É de todo o interesse que a população continue ignorante, por razões semelhantes às de Salazar para manter tudo analfabeto. É que se se instaurasse a frequência obrigatória dos alunos do preparatório ou secundário a aulas de Educação Política os votos estavam mais ou menos contados, e o bolo estaria cortado de maneiras mais ou menos definidas à partida. Desta maneira fica garantido que de 4 em 4 anos, um dos partidos se possa sentar no cadeirão, um pouco à imagem dos 2 bebés que querem o mesmo brinquedo.
Certo seria que ao votar, se votasse em algo que realmente acreditavamos, não em sorrisos, promessas, beijos a bebés, feiras, trocas de acusações que em nada alterariam o voto consciencioso.
Eleitores ignorantes não constituem uma democracia.
Se acham que os governantes são incompetentes, alistem-se. Mas parem de chorar.
Porque se não vota é porque não lhe interessa o rumo do país, logo é-lhe indiferente o rumo, à direita ou à esquerda, claro é que nada tem para se queixar, já que fica provado, que se um ou outro lhe serve, uma ou outra situação também lhe servirá.
Agora... antes de votar olhar para o bolso vazio e decidir-se pelo principal partido da oposição é que é burrice pura e um pontapé nos baloiços de quem lutou pelo fim da ditadura e a instauração da democracia em Portugal. Isto é o povo de olhos vendados a ir contra a parede e dizer "esta não, que dói. Deve ser a outra" a cada eleição que por aí vem. É bem sabido que quando as coisas estão mal a culpa é do outro, e é verdade que às vezes eles próprios encorajam, mas tomemos responsabilidades pelos nossos erros em vez de apontar para o lado. Mas claro... é a saída fácil e descomprometedora.
Entende-se também este saltitar de eleição para eleição, já que a maioria não tem tanto uma cor partidária como tem um conjunto de ideologias do género "não me chateem e dêem-me dinheiro" e quando as coisas correm mal...
E a culpa, pasme-se, é do governo. É de todo o interesse que a população continue ignorante, por razões semelhantes às de Salazar para manter tudo analfabeto. É que se se instaurasse a frequência obrigatória dos alunos do preparatório ou secundário a aulas de Educação Política os votos estavam mais ou menos contados, e o bolo estaria cortado de maneiras mais ou menos definidas à partida. Desta maneira fica garantido que de 4 em 4 anos, um dos partidos se possa sentar no cadeirão, um pouco à imagem dos 2 bebés que querem o mesmo brinquedo.
Certo seria que ao votar, se votasse em algo que realmente acreditavamos, não em sorrisos, promessas, beijos a bebés, feiras, trocas de acusações que em nada alterariam o voto consciencioso.
Eleitores ignorantes não constituem uma democracia.
Se acham que os governantes são incompetentes, alistem-se. Mas parem de chorar.
domingo, julho 25, 2004
O Rumo
Todo o empenho dos pais na criação dos seus filhos se dirige para uma altura em que estes são soltos para o mundo, cheios de ideais e planos para uma contribuição do seu carácter único para um mundo que básicamente não os quer. Crentes nisto, há daqueles educados para competir e outros educados para seguir os que estarão porventura certos. Qualquer via para assegurar que a caravana não atole na lama e a herança não se disperse ou corrompa. Quer seguindo, quer seguidos, alguém é obrigado a pertencer. Assim somos educados. Seres sociáveis, inclusos, direccionados para o objectivo do sucesso. Uma boa vida, a conta, a casa, carro, os catraios.
Educados para o sucesso. Mas que sucesso? Que é o sucesso?
Se sucesso é a satisfação pessoal pelos objectivos cumpridos, viajantes pela Europa com a casa às costas podem ser consideradas pessoas de sucesso. São poucos os que se atrevem, ainda menos os bem sucedidos. Selectos. Uma raça àparte. Se se gosta desse tipo de coisas... poderia falar de voluntários num campo de refugiados... ajuda a idosos... gente especial, indivíduos.
Se sucesso é o que nos dizem ser sucesso, então os dominantes e dominados seguidores são os verdadeiros indivíduos e justas singularidades, mas... esta é a maioria da massa batalhadora. Os feitos únicos são concretizados por minorias, lideradas não pela corrente mais forte, mas por determinismo relativamente pessoal, digo relativamente porque houve sempre a pessoa que o fez primeiro e inspirou todos os aventurosos outros.
É de reflectir se quando vemos esses bichos que se deleitam com prazeres ?menos populares? sentimos pena por não seguirem a grande fila, ou sentimos pena de nós por algures na nossa caminhada pela independência pessoal termos deixado de nadar contra a corrente e acabarmos agrossando uma força que corre em circulos.
Educados para o sucesso. Mas que sucesso? Que é o sucesso?
Se sucesso é a satisfação pessoal pelos objectivos cumpridos, viajantes pela Europa com a casa às costas podem ser consideradas pessoas de sucesso. São poucos os que se atrevem, ainda menos os bem sucedidos. Selectos. Uma raça àparte. Se se gosta desse tipo de coisas... poderia falar de voluntários num campo de refugiados... ajuda a idosos... gente especial, indivíduos.
Se sucesso é o que nos dizem ser sucesso, então os dominantes e dominados seguidores são os verdadeiros indivíduos e justas singularidades, mas... esta é a maioria da massa batalhadora. Os feitos únicos são concretizados por minorias, lideradas não pela corrente mais forte, mas por determinismo relativamente pessoal, digo relativamente porque houve sempre a pessoa que o fez primeiro e inspirou todos os aventurosos outros.
É de reflectir se quando vemos esses bichos que se deleitam com prazeres ?menos populares? sentimos pena por não seguirem a grande fila, ou sentimos pena de nós por algures na nossa caminhada pela independência pessoal termos deixado de nadar contra a corrente e acabarmos agrossando uma força que corre em circulos.
sábado, julho 17, 2004
Burn Baby BURN!
Começa a pingar o calor vem logo o cheiro a queimado de que eu tanto gosto.
Pessoas de todas as idades na televisão com as casas queimadas e terrenos em cinzas, e os repórteres a perguntarem o que todo o resto de Portugal quer saber... "como se sente?"
Perderam tudo, não restou nada, vivi aqui a minha vida inteira, casa construída com as próprias mãos... de um ucraniano qualquer, uma vida perdida, mas... e que tal cortar o mato à volta da sua casa? E que tal cultivar o terreno que lhe pertence? Os idosos sem forças não deviam morar no meio de nenhures sózinhos ou em comunidades de 5 pessoas, isto é ridículo! Depois aparecem na televisão a dizerem que perderam tudo e fica toda a gente com muita pena. É uma tragédia... mas semearam-na eles com a casmurrice de querer viver no meio do mato!
Quanto aos capazes de limpar o mato, os chorões que perdem áreas de pinhal e se jogam aos subsídios do estado, deviam ficar a arder com a floresta que lhes pertence. Se não podem manter a floresta, vendam-na. Como recurso natural é património sujeito a ser protegido pelo estado e por ele consequentemente mantido. Quanto a áreas de mato e pomares, se não os querem tratar, querem colher as frutas e cagar para aquilo o resto do ano, acho muito bem que arda, e arda tudo para deixarem de chular o que não estimam.
Aquilo que não é usado, deve ser vendido, especialmente a terra.
Aquilo que não é estimado não pode ser chorado por mais ninguém que não pelo ignorante que negligenciou cuidá-la, correndo o risco de nos tornarmos seus iguais.
Quanto aos pirómanos... não são mais que oportunistas de uma oportunidade que não criaram... potenciaram.
Pessoas de todas as idades na televisão com as casas queimadas e terrenos em cinzas, e os repórteres a perguntarem o que todo o resto de Portugal quer saber... "como se sente?"
Perderam tudo, não restou nada, vivi aqui a minha vida inteira, casa construída com as próprias mãos... de um ucraniano qualquer, uma vida perdida, mas... e que tal cortar o mato à volta da sua casa? E que tal cultivar o terreno que lhe pertence? Os idosos sem forças não deviam morar no meio de nenhures sózinhos ou em comunidades de 5 pessoas, isto é ridículo! Depois aparecem na televisão a dizerem que perderam tudo e fica toda a gente com muita pena. É uma tragédia... mas semearam-na eles com a casmurrice de querer viver no meio do mato!
Quanto aos capazes de limpar o mato, os chorões que perdem áreas de pinhal e se jogam aos subsídios do estado, deviam ficar a arder com a floresta que lhes pertence. Se não podem manter a floresta, vendam-na. Como recurso natural é património sujeito a ser protegido pelo estado e por ele consequentemente mantido. Quanto a áreas de mato e pomares, se não os querem tratar, querem colher as frutas e cagar para aquilo o resto do ano, acho muito bem que arda, e arda tudo para deixarem de chular o que não estimam.
Aquilo que não é usado, deve ser vendido, especialmente a terra.
Aquilo que não é estimado não pode ser chorado por mais ninguém que não pelo ignorante que negligenciou cuidá-la, correndo o risco de nos tornarmos seus iguais.
Quanto aos pirómanos... não são mais que oportunistas de uma oportunidade que não criaram... potenciaram.
quarta-feira, julho 14, 2004
Ah Pois!
Se quando somos crianças saltamos de colo feminino para colo feminino sem preconceito, se somos incitados pela nossa mãe a falarmos com esta e aquela senhora, se nos perguntam se temos namoradas e quantas (QUANTAS!!) temos, se queremos namorar com !elas!, disputados que somos de bebés por um sem número de mulheres...
Se Freud afirma que a dada altura nos sentimos atraídos pela nossa própria mãe e detestamos o nosso pai, qual é a admiração de crescermos desejando a poligamia? São parâmetros que nos são incutidos desde bebés, desde essa idade somos empurrados para a inter-relação com as mulheres, com medo quiçá que viremos homossexuais! Antes mulherengo que gay, parece ser a lógica do medo.
Hitler, por exemplo, teve uma relação muito próxima com a sua mãe, de completa dependência e procura, crescendo depois para se tornar desconfiado das mulheres, apalpando o rabo dos colegas soldados durante a 1ª guerra mundial, disfarçando à última o casamento com a Eva Braun para morrer um religioso hetero. Conta-me histórias!
Concordando que é da infância que se define o panorama sexual de um adulto (quer esse seja assumido ou não), e visto que andar a olhar para outras mulheres incomoda a maioria, a solução parece passar por uma conversa séria com as criancinhas e umas cenas de ciúmes cada vez que os meninos sorrirem para uma fêmea, de que idade fôr. Desta maneira, se o rapaz crescer com comichões, a culpa foi da incompetência da mãe.
Não pretendo dizer que os homens gostem que as mulheres olhem para outros, mas não se vêem pais a perguntar à filha quantos namorados tem ou se quer brincar com o colega enquanto vai buscar uma Super Bock.
Se Freud afirma que a dada altura nos sentimos atraídos pela nossa própria mãe e detestamos o nosso pai, qual é a admiração de crescermos desejando a poligamia? São parâmetros que nos são incutidos desde bebés, desde essa idade somos empurrados para a inter-relação com as mulheres, com medo quiçá que viremos homossexuais! Antes mulherengo que gay, parece ser a lógica do medo.
Hitler, por exemplo, teve uma relação muito próxima com a sua mãe, de completa dependência e procura, crescendo depois para se tornar desconfiado das mulheres, apalpando o rabo dos colegas soldados durante a 1ª guerra mundial, disfarçando à última o casamento com a Eva Braun para morrer um religioso hetero. Conta-me histórias!
Concordando que é da infância que se define o panorama sexual de um adulto (quer esse seja assumido ou não), e visto que andar a olhar para outras mulheres incomoda a maioria, a solução parece passar por uma conversa séria com as criancinhas e umas cenas de ciúmes cada vez que os meninos sorrirem para uma fêmea, de que idade fôr. Desta maneira, se o rapaz crescer com comichões, a culpa foi da incompetência da mãe.
Não pretendo dizer que os homens gostem que as mulheres olhem para outros, mas não se vêem pais a perguntar à filha quantos namorados tem ou se quer brincar com o colega enquanto vai buscar uma Super Bock.
domingo, julho 11, 2004
Que vida a Nossa
Há pouco tempo, estudava eu para um teste de matemáticas, quando me deparei com um exercício, cujo resultado não compreendia. Repeti o exercício durante 5, 10, 15, 20, 30 minutos até que consegui perceber onde me tinha enganado e finalmente consegui chegar ao raciocínio. Em vez de alegre... deprimiu-me. Fiquei aborrecido com a vida, pois desperdiçara ali meia hora da minha VIDA que nunca recuperaria e que no final, trocaria tudo o que tinha para os reaver, mas nada que acumularei valerá por aquela meia hora que me roubou um erro de cálculo. Um mísero, estéril erro de cálculo.
Mas e todo o outro tempo que se perde a ver as coisas mais estúpidas e estupidificantes?
A maioria do ser humano, fixo que está no topo das raízes que deixou que o prendesse, pensa-se contente com a vida que tem pela lógica estreita de que poderia estar muito pior. Confunde-se prazer com o alívio de não estar a sofrer qualquer dor.
1/3 da vida é passada a dormir. Quanto do restante será passado à espera que algo aconteça? Quanto mais à espera de fazermos algo acontecer? Quanto resta de VIDA? Mas mesmo VIDA! Vejo quantidades imbecis de tempo da nossa existência desperdiçados na preparação de momentos singulares, e no final de uma vida, onde eles seriam recordados, já a memória esqueceu.
A recompensa que tiramos dos nossos actos nunca deve ser retrospectiva.
Irrita-nos imenso o tempo que os outros nos fazem perder, censuramos o seu egoísmo. Mas e o que nós nos roubamos a nós próprios? Se é vida que perdemos, não é um suicídio gradual? Vida não é...
A possibilidade que apenas o homem tem de desperdiçar a sua vida, fez com que fosse exibida com orgulho em oposição a cautela.
Pensamos demais, vivemos de menos. A vida começa hoje e amanhã. Em frente!
Mas e todo o outro tempo que se perde a ver as coisas mais estúpidas e estupidificantes?
A maioria do ser humano, fixo que está no topo das raízes que deixou que o prendesse, pensa-se contente com a vida que tem pela lógica estreita de que poderia estar muito pior. Confunde-se prazer com o alívio de não estar a sofrer qualquer dor.
1/3 da vida é passada a dormir. Quanto do restante será passado à espera que algo aconteça? Quanto mais à espera de fazermos algo acontecer? Quanto resta de VIDA? Mas mesmo VIDA! Vejo quantidades imbecis de tempo da nossa existência desperdiçados na preparação de momentos singulares, e no final de uma vida, onde eles seriam recordados, já a memória esqueceu.
A recompensa que tiramos dos nossos actos nunca deve ser retrospectiva.
Irrita-nos imenso o tempo que os outros nos fazem perder, censuramos o seu egoísmo. Mas e o que nós nos roubamos a nós próprios? Se é vida que perdemos, não é um suicídio gradual? Vida não é...
A possibilidade que apenas o homem tem de desperdiçar a sua vida, fez com que fosse exibida com orgulho em oposição a cautela.
Pensamos demais, vivemos de menos. A vida começa hoje e amanhã. Em frente!
sábado, julho 10, 2004
A Laranja que Sobreviveu ao Punho
Eu preferia a marcação de eleições.
Mas a decisão faz sentido por isto: é que não podemos desfazer o jogo e meter as peças de novo qualquer vez que não nos corre de feição.
Culpa às pessoas que votaram PSD sem ver o boletim eleitoral com as propostas e culpa das pessoas que não se revoltaram quando a aliança democrática foi sugerida, porque com maioria parlamentar, todas as propostas seriam levadas avante, esperneasse quem esperneasse.
Ninguém pode dizer que elegeu o Durão porque foi ele que deu a cara, se é assim que pensam, então são todos parvinhos porque não perceberam que não era ele que ia tomar todas as decisões e que um programa é elaborado por um partido, não por um homem, mas por um conjunto de pessoas do mesmo partido (democracia é isto?).
Agora claro... se o programa é elaborado por um partido, não é porque a figura de proa se vai embora que a política do país vai dar uma curva. As eleições e o previsível retorno ao governo PS traria sim instabilidade, porque não é passados 2 anos de um programa que precisa de 4, que se volta atrás e se apaga tudo, o barco tem de abanar e assim ninguém se aguenta.
Sejamos realistas, o Presidente não podia tomar uma decisão que levasse à instabilidade. E foi a melhor altura para um Presidente tomar essa decisão, já que está no seu segundo mandato e agora não tem nada a perder porque já não tem eleições pela frente. Esta medida vai fazê-lo pouco popular, mas como outros sacrifícios impostos pelo governo... é um mal necessário e ninguém espera que se perceba a curto prazo porque raio tem toda a gente que sofrer.
O Ferro Rodrigues só prova que não tem estofo de líder, já que ainda há dias dizia que ia respeitar a decisão do Presidente e agora bateu o pé, fez birra e já não quer brincar mais com ele no Conselho de Estado. Volta lá prás tuas bonecas então. V'ta foder.
Não vai tudo bem com o governo... mas o mundo está em crise e a culpa não é toda destes.
Mas a decisão faz sentido por isto: é que não podemos desfazer o jogo e meter as peças de novo qualquer vez que não nos corre de feição.
Culpa às pessoas que votaram PSD sem ver o boletim eleitoral com as propostas e culpa das pessoas que não se revoltaram quando a aliança democrática foi sugerida, porque com maioria parlamentar, todas as propostas seriam levadas avante, esperneasse quem esperneasse.
Ninguém pode dizer que elegeu o Durão porque foi ele que deu a cara, se é assim que pensam, então são todos parvinhos porque não perceberam que não era ele que ia tomar todas as decisões e que um programa é elaborado por um partido, não por um homem, mas por um conjunto de pessoas do mesmo partido (democracia é isto?).
Agora claro... se o programa é elaborado por um partido, não é porque a figura de proa se vai embora que a política do país vai dar uma curva. As eleições e o previsível retorno ao governo PS traria sim instabilidade, porque não é passados 2 anos de um programa que precisa de 4, que se volta atrás e se apaga tudo, o barco tem de abanar e assim ninguém se aguenta.
Sejamos realistas, o Presidente não podia tomar uma decisão que levasse à instabilidade. E foi a melhor altura para um Presidente tomar essa decisão, já que está no seu segundo mandato e agora não tem nada a perder porque já não tem eleições pela frente. Esta medida vai fazê-lo pouco popular, mas como outros sacrifícios impostos pelo governo... é um mal necessário e ninguém espera que se perceba a curto prazo porque raio tem toda a gente que sofrer.
O Ferro Rodrigues só prova que não tem estofo de líder, já que ainda há dias dizia que ia respeitar a decisão do Presidente e agora bateu o pé, fez birra e já não quer brincar mais com ele no Conselho de Estado. Volta lá prás tuas bonecas então. V'ta foder.
Não vai tudo bem com o governo... mas o mundo está em crise e a culpa não é toda destes.
quinta-feira, julho 08, 2004
Arte e Pornografia
Pornografia é uma forma de arte.
Da mesma maneira que a música e a pintura desperta em nós emoções, também o sexo pede de nós uma resposta (óbvia).
Da mesma maneira que a música das boys bands me repugna, também a má pornografia me repugna, há um padrão de apelo que tem de ser respeitado, participando na minha ideia do que é e não é belo. Varia claro está, caso contrário não haveria necessidade para a palavra fetishe, que na música se traduziria pelo gosto por uma música minoritária que a maioria não ouviria e consideraria degradante, como a nova geração do Guns 'N Roses, por exemplo.
Esfregar o pincel pela tela não faz dela uma peça admirável pela força da intenção por detrás do gesto, assim como tirar fotografias ou gravar um casal a ter relações não garante desde logo que se possa considerar aquilo digno da pornografia. Há figuras mais e menos atraentes, há expressões mais condizentes (tudo menos sorrir para a câmara), há ângulos, iluminação, cenários, sons... tudo aquilo que pela presença ou ausência faz nascer ou espesinha a arte que pretendia representar.
Antes de considerar a pornografia um meio de exploração, lembrar que ser maior, vacinado e muito bem paga é um lugar comum nas actrizes profissionais deste género cinematográfico. Não façamos de uma vistoria infeliz no mundo da pornografia, uma imagem padrão que estrague tudo o demais, é um facto, a maioria da pornografia nada tem a oferecer, mas mal de nós pensar na música e só vir à cabeça Robbie Williams (Blargh!).
Da mesma maneira que a música e a pintura desperta em nós emoções, também o sexo pede de nós uma resposta (óbvia).
Da mesma maneira que a música das boys bands me repugna, também a má pornografia me repugna, há um padrão de apelo que tem de ser respeitado, participando na minha ideia do que é e não é belo. Varia claro está, caso contrário não haveria necessidade para a palavra fetishe, que na música se traduziria pelo gosto por uma música minoritária que a maioria não ouviria e consideraria degradante, como a nova geração do Guns 'N Roses, por exemplo.
Esfregar o pincel pela tela não faz dela uma peça admirável pela força da intenção por detrás do gesto, assim como tirar fotografias ou gravar um casal a ter relações não garante desde logo que se possa considerar aquilo digno da pornografia. Há figuras mais e menos atraentes, há expressões mais condizentes (tudo menos sorrir para a câmara), há ângulos, iluminação, cenários, sons... tudo aquilo que pela presença ou ausência faz nascer ou espesinha a arte que pretendia representar.
Antes de considerar a pornografia um meio de exploração, lembrar que ser maior, vacinado e muito bem paga é um lugar comum nas actrizes profissionais deste género cinematográfico. Não façamos de uma vistoria infeliz no mundo da pornografia, uma imagem padrão que estrague tudo o demais, é um facto, a maioria da pornografia nada tem a oferecer, mas mal de nós pensar na música e só vir à cabeça Robbie Williams (Blargh!).
segunda-feira, julho 05, 2004
V'ta lixar Ricardo, dass...!
Uma prova como o nacionalismo é montes de estúpido.
Depois da vitória da Grécia fui para o Marquês de Pombal, para o pé da estátua onde depois de uns cântigos vi subir um grego para o ponto mais alto e a começar a baixar a bandeira grega ao lado de um fulano que agitava a portuguesa e achei aquilo uma beleza. Por trás de mim apelos para que jogasse o homem dali para baixo e culpar o leão.
Ora a levar com a bandeira estava um casal. Ele indignado pela audácia do grego, acende o isqueiro e não faz mais nada, tenta acender a bandeira para lhe ensinar bons modos. Na sua rapidez para provar o nacionalismo que lhe ferve nas veias, o atrasado não pensa que se a bandeira começa a arder, o grego não vai ficar com ela nas mãos à espera de se tornar uma tocha humana, e para onde caía ela senão para cima do pirómano? Dass.. a natureza tem mesmo maneiras de seleccionar os mais e os menos capazes para a vida na terra.
A seguir chega uma camioneta com o "menos ais" aos berros. O pessoal canta a porcaria da música como não cantou o hino nacional, provando por demais que se identificam mais com slogans de meia dúzia de palavras que com complicadas incitações ao patriotismo. Muito inteligentes esses senhores que enquanto tentavam incentivar as pessoas, afastaram-nas na estátua e à sua passagem, dispersaram-nas em grupos, que cedo esmoreciam e começavam a fazer conversa de esplanada.
A teoria é... a estupidez é contagiante.
Milhões a ver um jogo em que uma equipa não joga futebol e ganha torce-nos completamente a noção do que é e do que não é real e possível. Pelo que o bom senso perde-se em muitas peças e quando se vai a montar sobram sempre umas quantas, para além daquilo estar completamente diferente.
NÃO É POSSÍVEL PORTUGAL!!
Depois da vitória da Grécia fui para o Marquês de Pombal, para o pé da estátua onde depois de uns cântigos vi subir um grego para o ponto mais alto e a começar a baixar a bandeira grega ao lado de um fulano que agitava a portuguesa e achei aquilo uma beleza. Por trás de mim apelos para que jogasse o homem dali para baixo e culpar o leão.
Ora a levar com a bandeira estava um casal. Ele indignado pela audácia do grego, acende o isqueiro e não faz mais nada, tenta acender a bandeira para lhe ensinar bons modos. Na sua rapidez para provar o nacionalismo que lhe ferve nas veias, o atrasado não pensa que se a bandeira começa a arder, o grego não vai ficar com ela nas mãos à espera de se tornar uma tocha humana, e para onde caía ela senão para cima do pirómano? Dass.. a natureza tem mesmo maneiras de seleccionar os mais e os menos capazes para a vida na terra.
A seguir chega uma camioneta com o "menos ais" aos berros. O pessoal canta a porcaria da música como não cantou o hino nacional, provando por demais que se identificam mais com slogans de meia dúzia de palavras que com complicadas incitações ao patriotismo. Muito inteligentes esses senhores que enquanto tentavam incentivar as pessoas, afastaram-nas na estátua e à sua passagem, dispersaram-nas em grupos, que cedo esmoreciam e começavam a fazer conversa de esplanada.
A teoria é... a estupidez é contagiante.
Milhões a ver um jogo em que uma equipa não joga futebol e ganha torce-nos completamente a noção do que é e do que não é real e possível. Pelo que o bom senso perde-se em muitas peças e quando se vai a montar sobram sempre umas quantas, para além daquilo estar completamente diferente.
NÃO É POSSÍVEL PORTUGAL!!
quinta-feira, julho 01, 2004
Terrorismo Vs Terrorismo
A aceitação do terrorismo não podia ser mais aberta à interpretação. As justificações para esta guerra de guerrilha assentam na necessidade de expulsar os invasores de uma área que não lhes pertence. Só que neste caso não lhe chamamos terrorismo, chamamos-lhe resistência. A resistência que resulta em danos para nós, chama-se terrorismo.
Os franceses durante a ocupação NAZI, os holandeses, todos eles heróis.
Os árabes contra a política de intervenção INTERNACIONAL, todos eles monstros.
Ataques contra civis, isso é guerra. São atrocidades reconhecidas pelos próprios atacantes, mas na sua perspectiva, retaliações justificadas numa guerra invisível, que só ganha brilho quando são os "maus" a atacar.
O terrorismo nunca morrerá. Porque nunca pensaremos todos de igual.
Haverão sempre contas a ajustar, nunca o equilíbrio será atingido.
A guerra contra o terrorismo é uma guerra utópica. A crença bem entrincheirada na cabeça republicana americana de que se matarmos o ditador, nunca outra se arriscará a erguer. No entanto o que mais vemos são líderes a surgir. Menos pessoas com laços a um líder a actuar sobre os interesses americanos. Indistintos. Misturados. Letais. Invisíveis.
Qualquer pessoa, já o disse, com a motivação certa pode ser um assassino.
Podemos comparar a guerra de Bush a tentar descobrir de onde vem a fuga enquanto se cava ao largo do oceano. Sempre mais fundo, sempre mais água, sempre mais enterrados, mais absortos de perspectiva para além do buraco onde se enfiaram.
O terrorismo é resistência à intromissão. Nem sempre o conseguiremos explicar.
Nem sempre terrorismo será o seu nome.
Os franceses durante a ocupação NAZI, os holandeses, todos eles heróis.
Os árabes contra a política de intervenção INTERNACIONAL, todos eles monstros.
Ataques contra civis, isso é guerra. São atrocidades reconhecidas pelos próprios atacantes, mas na sua perspectiva, retaliações justificadas numa guerra invisível, que só ganha brilho quando são os "maus" a atacar.
O terrorismo nunca morrerá. Porque nunca pensaremos todos de igual.
Haverão sempre contas a ajustar, nunca o equilíbrio será atingido.
A guerra contra o terrorismo é uma guerra utópica. A crença bem entrincheirada na cabeça republicana americana de que se matarmos o ditador, nunca outra se arriscará a erguer. No entanto o que mais vemos são líderes a surgir. Menos pessoas com laços a um líder a actuar sobre os interesses americanos. Indistintos. Misturados. Letais. Invisíveis.
Qualquer pessoa, já o disse, com a motivação certa pode ser um assassino.
Podemos comparar a guerra de Bush a tentar descobrir de onde vem a fuga enquanto se cava ao largo do oceano. Sempre mais fundo, sempre mais água, sempre mais enterrados, mais absortos de perspectiva para além do buraco onde se enfiaram.
O terrorismo é resistência à intromissão. Nem sempre o conseguiremos explicar.
Nem sempre terrorismo será o seu nome.